Sensação de dormência e formigamento é a principal característica de uma parestesia a qual, na maioria das vezes, não é sinônimo de alguma doença[1]Choinière M, Melzack R, Papillon J. Pain and paresthesia in patients with healed burns: an exploratory study. Journal of pain and symptom management. 1991 Oct 1;6(7):437-44..
Entretanto, quando se torna frequente costuma ter relação com desordens mais graves do organismo, o que torna essencial descobrir sua causa primeira e tratá-la.
O que é parestesia?
A parestesia não se constitui como uma doença, mas sim como um sintoma no qual o paciente apresenta uma sensação de dormência e formigamento em algum local do seu corpo decorrente da perda de sensibilidade de um nervo.
Vale ressaltar que tal perda pode tanto ser momentânea, cerca de minutos, como até mesmo definitiva. Porém, destacamos que a primeira situação é a mais frequente e a última apenas ocorre quando há o rompimento do nervo devido a uma lesão grave[2]Haas DA, Lennon D. A 21 year retrospective study of reports of paresthesia following local anesthetic administration. Journal (Canadian Dental Association). 1995 Apr 1;61(4):319-20..
Além disso, a parestesia subdivide-se em três tipos: temporária, crônica e oral, as quais explicamos a seguir:
- temporária: decorre de uma compressão do nervo e termina tão logo essa pressão seja eliminada;
- crônica: está relacionada a uma causa mais complexa, em geral uma patologia, e pode estar presente até que o motivo inicial seja tratado completamente;
- oral: é específica para os casos em que há realização de procedimentos odontológicos e um nervo sensitivo oral é danificado[3]Knowles KI, Jergenson MA, Howard JH. Paresthesia associated with endodontic treatment of mandibular premolars. Journal of endodontics. 2003 Nov 1;29(11):768-70..
Salientamos também que embora as parestesias temporária e crônica possam acometer qualquer região do corpo são mais comuns nas extremidades como mãos, pés, nos braços e pernas.
Finalmente, vale reforçar que os pacientes mais acometidos pelas parestesias costumam ser os mais idosos. Isto devido às diferentes consequências do processo de envelhecimento, o qual favorece alterações neurológicas e o surgimento de doenças.
Causas comuns
Em relação às causas comuns associadas às parestesias, elas variam de acordo com o tipo.
Uma parestesia temporária é comumente ocasionada pela pressão prolongada de um nervo, em geral porque o paciente mantém-se por muito tempo na mesma posição.
Já os casos crônicos têm como causas principais algumas doenças, o uso contínuo de medicamentos específicos, deficiências nutricionais ou o próprio processo de envelhecimento.
Existe uma série de patologias que favorece o surgimento de parestesia e elas podem ser autoimunes, neurológicas, circulatórias, endócrinas, osteomusculares, renais, hepáticas, entre outras.
Abaixo citamos alguns exemplos:
- acidente vascular cerebral;
- artrite reumatoide;
- artrite psoriática;
- aterosclerose;
- diabetes;
- esclerose múltipla;
- hérnia de disco;
- hipotiroidismo;
- patologias renais;
- síndrome do túnel do carpo.
Além disso, a presença de cistos, tumores ou o uso de muitos medicamentos, dentre os quais os quimioterápicos, promovem a dessensibilização dos nervos por gerar alterações mecânicas ou fisiológicas.
E, ainda, a prática repetitiva e excessiva de movimentos que utilizam uma região específica do corpo pode lesionar gradualmente tais estruturas, assim como o consumo exacerbado de álcool e uma dieta pobre em nutrientes.
Sobre a parestesia oral, mais especificamente, ela é decorrente de lesões nos nervos durante procedimentos cirúrgicos odontológicos, de fraturas ou do processo de aplicação de anestesia na região da boca[4]Ahmad M. The anatomical nature of dental paresthesia: a quick review. The open dentistry journal. 2018;12:155..
Dentre as intervenções comumente correlacionadas às parestesias nessa área destacam-se:
- apicectomia;
- cirurgia ortognática;
- cirurgia de implantes dentários;
- remoção de dentes.
Salientamos, porém, que a incidência desse tipo de parestesia é baixa e a mais frequente é a temporária, a qual não apresenta danos prolongados ao paciente.
Entretanto, reforçamos que diante da cronicidade da sensação de dormência e formigamento, em qualquer região do corpo, deve-se buscar suporte médico, pois ela é um indicativo de outra condição clínica mais complexa.
A neuropatia é um termo que pode ser confundido com parestesia.
A neuropatia se refere a lesões e distúrbios em nervos periféricos, podendo acometer apenas um nervo (mononeuropatia) ou vários nervos (polineuropatia). A neuropatia pode gerar dormência, choque, dor e parestesia.
Na parestesia oral, os sintomas de dormência e formigamento surgem na região da boca ou face.
Ocorrem com frequência no lábio inferior.
Os nervos (alveolar e lingual) que fornecem sensações à língua, lábio inferior e queixo, podem ser lesionados como resultado de tratamentos cirúrgicos na boca e face.
A maior parte dos casos são temporários. Podem levar 4 a 12 semanas para desaparecerem.
A parestesia pode acometer as pernas, em casos de lesão de sistema nervoso central ou na coluna lombar.
Distúrbios vasculares e neurológicos são as principais causas, tais como estenose da coluna lombar, hérnia de disco, dentre outras causas.
A parestesia nas pernas não se constitui como uma doença, mas sim como um sintoma.
Em caso de persistência dos sintomas, com perda de força, é necessária uma avaliação com médico especialista.
Vídeo sobre Parestesia
Diagnóstico de parestesia
Como a parestesia é um sinal que pode indicar a presença de diversas patologias é importante que durante a consulta o paciente apresente seu histórico clínico, assim como descreva seus sintomas e seus hábitos cotidianos – alimentares, inclusive.
Concomitantemente, o médico realiza o exame físico e pede exames complementares de sangue e de imagem.
É junto a estes últimos testes laboratoriais que se detectam com segurança as patologias, que podem ser de ordem neurológica, endócrina, autoimune, circulatória, etc. Consequentemente então pode-se definir o tratamento mais adequado ao paciente.
Sintomas
A parestesia é caracterizada, predominantemente, pelas sensações de dormência e formigamento no local que recebe a inervação do nervo lesionado ou comprimido.
Nas condições temporárias não há outros sintomas presentes, apenas o desconforto que dura no máximo alguns minutos após a pressão neural ser eliminada.
Quando se trata de uma parestesia oral, entretanto, é possível ocorrer também a dificuldade para falar, mastigar e um aumento da secreção salivar.
Já em relação aos casos crônicos, independente da localização, sintomas associados costumam ser: coceira, fraqueza e alteração na sensibilidade da temperatura, ou seja, o paciente alterna as sensações de frio e calor.
Além disso, existe a possibilidade de dor localizada, acompanhada por perda da mobilidade do paciente na área afetada pela lesão.
Tratamento de parestesia
O tratamento da parestesia é necessário quando ela é crônica ou oral. Isto porque a condição temporária dura minutos e não promove desconfortos posteriores[5]de Oliveira RF, da Silva AC, Simoes A, Youssef MN, de Freitas PM. Laser therapy in the treatment of paresthesia: a retrospective study of 125 clinical cases. Photomedicine and laser surgery. 2015 Aug … Continue reading.
Para eliminar os sintomas da parestesia crônica é primordial realizar o diagnóstico adequado, verificar a causa inicial e, na sequência, fazer um tratamento cujo objetivo principal seja curar a patologia ou condição clínica associada.
Logo, existe uma diversidade de intervenções para esse tipo de parestesia e a escolha do médico depende das singularidades de cada paciente.
Medicamentos
Medicamentos neurolépticos e anticonvulsivantes
Fisioterapia
Técnicas de dessensibilização e reabilitação
Repouso
Sintomas de parestesia podem melhorar em 4 a 12 semanas, dependendo da causa.
Tratamento a laser
Laserterapia como adjuvante para regeneração do nervo periférico, com ação anti-inflamatória.
Procedimentos cirúrgicos
Em raros casos, com falha de tratamento conservador.
Acupuntura
Tratamento dos sintomas, com efeito anti-inflamatório local
Vale ressaltar que quando um paciente não obtêm resultados significativos com as abordagens citadas pode ser necessária a realização de uma cirurgia local, visando eliminar os sintomas da parestesia crônica.
Por fim, quando um nervo é rompido, como acontece em algumas cirurgias odontológicas por exemplo, não existe tratamento e nem cura da condição. Entretanto, tais eventos são bastante raros.
Para finalizar, reforçamos que as parestesias crônicas podem ser evitadas a partir da manutenção de hábitos saudáveis com dietas ricas em nutrientes e a prática regular de atividades físicas. Tal conduta, inclusive, favorece a saúde de forma integral.
Tratamento de Parestesia em São Paulo
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01.Diagnóstico
Diagnóstico adequado para conduta e plano terapêutico. Exame neurológico, exames de imagem, eletroneuromiografia. -
02.Tratamento Clínico
Medicamentos via oral e tópico para alívio da parestesia. -
03.Acupuntura e Eletroacupuntura (eletroestimulação periférica)
Tratamento minimamente invasivo para melhorar sensibilidade dos nervos periféricos.
AL. JAÚ 687 – JARDIM PAULISTA – SÃO PAULO – SP
Clínica de Dor, Fisiatria e Acupuntura Médica
Clínica médica especializada localizada na região dos Jardins, próximo à Av. Paulista, em São Paulo — SP.
Centro de Dor, com médicos especialistas pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Tratamento por Ondas de Choque, Infiltrações, Bloqueios anestésicos e Acupuntura Médica
Dor tem Tratamento – Centro de Dor e Acupuntura Médica em São Paulo – SP
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Clínica Dr. Hong Jin Pai – Centro de Dor, Acupuntura Médica, Fisiatria e Reabilitação.
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Atendimento de segunda a sábado.
Referências Bibliográficas
↑1 | Choinière M, Melzack R, Papillon J. Pain and paresthesia in patients with healed burns: an exploratory study. Journal of pain and symptom management. 1991 Oct 1;6(7):437-44. |
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↑2 | Haas DA, Lennon D. A 21 year retrospective study of reports of paresthesia following local anesthetic administration. Journal (Canadian Dental Association). 1995 Apr 1;61(4):319-20. |
↑3 | Knowles KI, Jergenson MA, Howard JH. Paresthesia associated with endodontic treatment of mandibular premolars. Journal of endodontics. 2003 Nov 1;29(11):768-70. |
↑4 | Ahmad M. The anatomical nature of dental paresthesia: a quick review. The open dentistry journal. 2018;12:155. |
↑5 | de Oliveira RF, da Silva AC, Simoes A, Youssef MN, de Freitas PM. Laser therapy in the treatment of paresthesia: a retrospective study of 125 clinical cases. Photomedicine and laser surgery. 2015 Aug 1;33(8):415-23. |
2 Comentários
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Doutor, há alguns dias estou tendo parestesia crônica no dedo mínimo e parte medial da palma esquerda. Não entendo o que pode ter causado isso. Se puder me esclarecer isso, agradeço. Antonio.
Quero saber um pouco sobre o parastesia dos membros superiores e inferiores.