A osteoporose é uma doença óssea que ocorre quando o corpo perde muita massa óssea, produz muito pouco osso ou ambos. Surge com o envelhecimento, provocando diminuição da absorção de cálcios e outros mineirais. Como resultado, os ossos ficam fracos e podem quebrar devido a uma queda. As mulheres na pós-menopausa são as mais afetadas.
O corpo substitui regularmente os componentes dos ossos, mas quando esses materiais são perdidos mais rapidamente do que repostos ocorre a osteoporose. Essa doença afeta mais de 10 milhões de brasileiros, segundo a Fundação Internacional de Osteoporose, em sua maioria mulheres após os 50 anos.
Na condição, os ossos ficam gravemente enfraquecidos, de modo que um simples movimento, como curvar-se para pegar uma sacola de compras, ou um pequeno trauma, como escorregar, causa fraturas ou fissuras no osso. Os locais mais afetados por essas lesões são punho, ombro, coluna vertebral e quadril.
Embora não tenha cura, felizmente a osteoporose pode ser evitável.
É mais fácil controlá-la quando descoberta em estágios iniciais, antes que cause alguma fratura óssea, o que ressalta a necessidade de rastreamento por meio do exame de densitometria óssea.
Continue lendo para saber mais sobre osteoporose:
A osteoporose é uma condição mais comum em mulheres acima dos 50 anos que deixa os ossos frágeis e porosos
O que é osteoporose
Osteoporose é uma doença que ocorre quando o corpo tem pouca massa óssea, seja pela perda acelerada, pela produção insuficiente ou por ambos os fatores. Como resultado, os ossos ficam fracos e podem quebrar em consequência de quedas ou, em casos graves, espirros ou pequenas batidas.
Osteoporose significa “osso poroso”, e não é à toa: visto sob um microscópio, um osso saudável parece um favo de mel, ou seja, apresenta pequenos orifícios. Já na osteoporose, os poros e espaços são muito maiores, visto que há menos densidade óssea.
À medida que os ossos se tornam menos densos, eles enfraquecem e têm maior probabilidade de quebrar.
Diferença entre osteoporose e osteopenia
É comum que mulheres e homens recebam o diagnóstico de osteopenia ao invés de osteoporose, o que pode causar muita confusão.
A osteopenia não é uma doença, mas um estado de baixa densidade óssea. No quadro, os ossos não são tão densos quanto o normal, mas também não são tão fracos quanto na osteoporose.
O principal fator de risco para a osteopenia é a idade avançada, especialmente com o passar dos 35 anos.
Em muitos casos, a osteopenia pode levar à osteoporose, portanto o ideal é realizar o tratamento para evitar a progressão da doença.
Estatísticas sobre a osteoporose
Estima-se que a osteoporose seja responsável por quase 9 milhões de fraturas por ano no mundo todo, de acordo com a Federação Internacional da Osteoporose.
A doença afeta mais mulheres, acometendo 200 milhões mundialmente, embora homens também possam apresentá-la.
Causas da osteoporose
Os ossos estão em constante estado de renovação – denominado reabsorção óssea –, no qual novos ossos são feitos e velhos são absorvidos pelo próprio corpo.
Em jovens, o corpo torna o osso novo mais rápido do que se desfaz do antigo, de modo que a massa óssea se mantém ou aumenta. Após os 20 anos, esse processo diminui. A maioria das pessoas atinge seu pico aos 30 anos. À medida que envelhece, a massa óssea é perdida mais rapidamente do que é criada, o que resulta na osteoporose.
Fatores de risco
Algumas pessoas têm chance maior de desenvolver a osteoporose por apresentarem fatores de risco relevantes para a doença.
Alguns desses fatores são inalteráveis, como:
Sexo
As chances de desenvolver osteoporose são maiores se você é uma mulher, visto perde mais tecido ósseo devido às mudanças inerentes da menopausa.
Idade
Quanto maior a idade, maior será o risco de osteoporose, já que a perda de massa óssea aumenta com a idade.
Etnia
Mulheres brancas e asiáticas correm risco maior de ter o acometimento, assim como as negras e hispânicas correm risco menor.
Histórico Familiar
Pessoas cujos pais têm histórico de fraturas apresentam chance elevada de ter densidade óssea reduzida e, consequentemente, osteoporose.
Já os fatores de risco alteráveis incluem:
Hormônios sexuais
Mulheres com anormalidades hormonais, como ausência de menstruação e baixo nível de estrogênio, estão no grupo de risco para osteoporose, assim como homens com baixo nível de testosterona.
Anorexia
Esse distúrbio alimentar aumenta o risco de osteoporose porque leva à deficiência de estrogênio, interrupção da menstruação e deficiências nutricionais.
Tabagismo
Fumar faz mal aos ossos, podendo desencadear doenças neles.
Alcoolismo
O consumo excessivo de álcool aumenta o risco de perda de densidade óssea.
Sedentarismo
A falta de prática de atividades físicas tende a enfraquecer os ossos
Dieta inadequada
A baixa ingestão de cálcio e vitamina D, especialmente na adolescência, eleva o risco de osteoporose.
Uso de medicamentos
O uso em longo prazo de certos medicamentos, como corticosteróides (prednisona ou prednisolona, por exemplo), anticonvulsivantes, anticoagulantes (heparina), repositores hormonais e inibidores da aromatase (como letrozol), resulta em perda de densidade óssea.
Doenças
Doenças endócrinas (como hipertireoidismo e doença de Cushing) e alguns tipos de artrite inflamatória são fatores de risco para osteopenia e osteoporose.
Sintomas
A osteoporose não causa sintomas até que os ossos se quebrem. Portanto, é uma doença que pode passar despercebida por anos. Inclusive, até algumas fraturas leves não são notadas.
Grande parte dos casos da condição é descoberta somente quando o paciente sofre uma fratura dolorosa, cujos sintomas incluem dor e inchaço.
As fraturas da coluna vertebral costumam causar dor intensa e que irradia das costas para os lados do corpo. Em longo prazo, elas podem levar a dores lombares crônicas, bem como perda de altura e/ou aumento da curvatura da coluna.
Outra fratura comum é a por estresse, que ocorre com frequência nos pés devido a caminhadas.
Já as fraturas de quadril surgem em consequência de quedas, mesmo as que parecem inofensivas. Elas são potencialmente graves pois tem tempo de cura elevado e podem requerer cirurgia.
Como é o diagnóstico
É indicado que mulheres acima de 65 anos e homens a partir de 70 anos façam a densitometria óssea anualmente para diagnosticar e tratar precocemente a osteoporose.
Quem apresenta fatores de risco deve rastrear a doença antes, a partir dos 50 anos ou, no caso das mulheres, logo no início da menopausa.
Os especialistas médicos que podem obter o diagnóstico são clínico geral e ortopedista. Na consulta, eles farão diversas perguntas sobre quadro, como:
- Apresenta alguma doença?
- Pratica atividades físicas?
- Fuma ou bebe álcool?
- Já entrou na menopausa?
- Sente alguma dor?
Após a anamnese, a investigação da doença consiste quase que inteiramente no exame de densitometria óssea, que avalia a densidade dos ossos. Esse teste é capaz de detectar estágios iniciais a avançados de osteoporose.
Caso exista suspeita de fratura, é requerida também uma radiografia.
Além desses exames, o médico poderá solicitar outros métodos para investigar causas secundárias de perda de massa óssea, como medição de creatinina, testosterona ou estrogênio.
Complicações e riscos
Estima-se que uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens com mais de 50 anos sofrerão fraturas decorrentes de osteoporose. Muitas dessas lesões serão dolorosas e debilitantes, em especial as que atingem quadril, coluna, braço e perna.
Não é necessário uma grande queda ou contusão para ter um osso fraco quebrado, visto que pequenos escorregões e esbarrões já são passíveis de causar a lesão. Por exemplo, o risco de fraturas vertebrais é dobrado com perda de apenas 10% da massa óssea, assim como a mesma percentagem torna 2,5 vezes maior a chance de fratura do quadril.
A lesão mais grave e debilitante é fratura de quadril, visto que a maioria dos acometidos vive de forma dependente por vários meses e precisa permanentemente de bengalas ou andadores.
Tratamentos para osteoporose
Como a massa óssea perdida não pode ser substituída, o tratamento da osteoporose se concentra na prevenção. Geralmente, é multidisciplinar, envolvendo clínicos gerais, ortopedistas, educadores físicos, ginecologistas e endocrinologistas.
Embora a prática de exercícios e a terapia nutricional sejam componentes-chave de um plano de controle da condição, também existem outros tratamentos.
Terapia de reposição hormonal
A terapia de reposição hormonal é frequentemente recomendada para mulheres com alto risco de osteoporose e que já passaram pela menopausa.
Ela visa evitar a perda óssea e reduzir o risco de fraturas, mas também apresenta benefícios adicionais, como prevenção de doenças cardíacas, melhora do funcionamento cognitivo e melhora da função urinária.
O tratamento costuma ser inofensivo, embora tenha risco pequeno de causar câncer de mama. Portanto, os prós e contras devem ser discutidos com o médico.
Calcitonina
Calcitonina é outra medicação usada para diminuir a perda óssea. Esse hormônio proteico em forma de spray nasal inibe a reabsorção óssea e alivia dores.
Bisfosfonatos
Os bisfosfonatos, incluindo o alendronato de sódio, inibem a reabsorção óssea, o que ajuda a evitar fraturas na coluna e no quadril.
Suplementos
Ter ossos fortes e saudáveis requer ingestão adequada de cálcio, a qual deve começar na infância. Porém, o mineral por si só não é suficiente no tratamento da osteoporose e não deve ser visto como um substituto aos medicamentos prescritos.
Ainda assim, ingerir suplementos de cálcio e vitamina D pode contribuir com o tratamento farmacológico de prevenção de perda de massa óssea.
Atividades físicas
Atividades físicas tem uma grande variedade de benefícios à saúde, porém elas não aumentam substancialmente a densidade óssea. A vantagem dos exercícios físicos para a osteoporose tem a ver principalmente com a diminuição do risco de quedas, visto que o equilíbrio e a força muscular são melhorados.
Todavia, o ideal é que pessoas com osteoporose evitem exercícios intensos e de alto impacto e apostem nos que trabalham sustentação de peso, como caminhar, de preferência diariamente.
Parar de fumar
Fumar um maço de cigarros por dia na vida adulta causa perda óssea de 5% a 10%. Além disso, o tabagismo diminui os níveis do hormônio feminino estrogênio e pode levar à menopausa precoce.
Terapias alternativas
Algumas terapias alternativas podem ser usadas para tratamento sintomático.
Acredita-se que algumas plantas e suplementos reduzam ou potencialmente interrompam a perda óssea causada pela doença, como o trevo vermelho, a soja, a erva-de-são-cristóvão e a erva rabo-de-cavalo-do-campo.
A acupuntura também é capaz de combater o problema. Essa terapia envolve a colocação de agulhas muito finas em pontos estratégicos do corpo, a fim de estimular funções orgânicas e corporais.
É importante informar seu médico antes de iniciar qualquer medicamento ou terapia alternativa, pois pode haver interação entre ervas e remédios. O especialista deverá coordenar as opções de tratamento de modo seguro e que se adapte às suas necessidades.
Prevenção
Manter uma boa dieta e praticar exercícios regularmente são atitudes essenciais para manter os ossos saudáveis durante toda a vida.
Mantenha o peso corporal adequado
Estar abaixo do peso aumenta a chance de perda óssea e fraturas, enquanto o excesso de peso aumenta o risco de fraturas no braço e no pulso. Por isso, manter um peso equilibrado é bom para os ossos, assim como para a saúde em geral.
Cuide de seus níveis de cálcio
Homens e mulheres entre 18 e 50 anos precisam de 1 mil miligramas de cálcio por dia. A quantidade aumenta para 1.200 miligramas após os 50 anos.
Boas fontes de cálcio incluem produtos lácteos com baixo teor de gordura, vegetais de folhas verde-escuras, alimentos de soja e cereais enriquecidos com cálcio.
Caso a falta do nutriente seja crítica, podem ser tomados suplementos alimentares com orientação médica, visto que usá-los por conta própria aumenta o risco de problemas nos rins e no coração.
Atente-se à quantidade de vitamina D
A vitamina D melhora a capacidade do corpo de absorver o cálcio. É possível obtê-la da luz solar, mas nem sempre se expor ao sol é acessível e fácil, portanto pode-se adotar suplementos.
Pratique exercícios
Exercícios físicos têm a capacidade de beneficiar os ossos, além de ajudarem no equilíbrio e na função muscular.
Referências Bibliográficas
https://www.sbemsp.org.br/para-o-publico/noticias/116-conheca-os-numeros-da-osteoporose
https://www.bones.nih.gov/health-info/bone/osteoporosis/overview
https://www.healthline.com/health/osteoporosis#outlook
https://www.sbemsp.org.br/para-o-publico/noticias/116-conheca-os-numeros-da-osteoporose