Estima-se que o índice de mortalidade por doenças cardiovasculares no Brasil seja em torno de 28%, sendo também a maior causa de morte do mundo [1].
Dentre os principais fatores de risco para essa doença, destaca-se o colesterol elevado [2], presente em cerca de 40% dos adultos brasileiros segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia [3].
O colesterol elevado pode levar a um entupimento dos vasos sanguíneos, aumentando o risco de infarto e derrame.
Uma alimentação equilibrada, além da prática de exercícios físicos regulares, são a via de frente para o controle do colesterol.
Entretanto, uma intervenção farmacológica, como o uso de estatinas, pode ser indicada [1]. Dentre as estatinas, a Sinvastatina é um dos fármacos favoritos por profissionais da área [3, 4].
Nesse artigo, iremos discutir sobre esse remédio, sua função e utilização, além de cuidados durante o tratamento.
O que é a Sinvastatina?
A Sinvastatina é um remédio da classe das estatinas semissintéticas que atua como inibidor competitivo da enzima HMG-CoA redutase, responsável pela produção de colesterol [3, 5, 6].
Por consequência, esse fármaco é indicado para redução do colesterol “ruim” (LDL, redução estimada de 35%), colesterol total (redução média de 25%), e triglicérides do sangue [4, 7], além do aumento do colesterol “bom” (HDL) [4].
Em seu mecanismo de ação, esse remédio atua após hidrólise no trato gastrointestinal [3], inibindo a enzima HMG-CoA redutase no fígado, levando a redução da produção do LDL [6].
Ainda, a Sinvastatina também atua no retardo do aparecimento e agravamento de placas de aterosclerose – diminuindo a chance de processos tromboembólicos pela diminuição de fluxo mitocondrial e consequente redução no estrese oxidativo [1, 8, 9] -, e na redução de triglicérides [8].
Embora outras estatinas atuem de forma similar, a Sinvastatina é a mais popular por ser semissintética e por apresentar maior lipofilicidade, permitindo melhor absorção em diversos tecidos [7].
A longo prazo, esse remédio se mostra eficaz na redução de efeitos cardiovasculares graves [8] como infarto, reduzindo a hospitalização por queixas de dores no peito, além da redução da mortalidade por essa doença [7].
O processo de tratamento com Sinvastatina
Geralmente essa intervenção farmacológica é recomendada por médicos quando a intervenção não-farmacológica (alimentação e atividade física) não geram efeitos no controle do colesterol.
A Sinvastatina tem doses recomendadas de 20 a 80 mg/dia [4], e é geralmente indicada a ingestão por comprimidos via oral no período noturno.
Após ingestão, a Sinvastatina atinge rapidamente a concentração máxima no sangue em duas horas, sendo observado redução dos sintomas já nas primeiras duas semanas de tratamento [10], e o pico de ação terapêutica obtida em 4 a 6 semanas, permanecendo com o tratamento crônico [10].
Efeitos colaterais
Como todo o fármaco, alguns efeitos colaterais podem ser observados com a ingestão da Sinvastatina, o que reforça a contraindicação do uso sem prescrição médica ou acompanhamento para monitoramento dos efeitos através de exames bioquímicos, de sangue, e de função renal [1].
Dentre os efeitos colaterais mais observados, destaca-se dores na cabeça, prisão de ventre, episódios de náusea e dores no estômago.
De forma mais rara, o paciente pode apresentar insuficiência renal ou hepática pela relação com o aumento de transaminase hepáticas [1, 6], crises alérgicas graves [6, 7], e dores no músculo e dano muscular [1] ocasionado pelo desbalanço de cálcio e disfunção mitocondrial [6].
De forma ainda mais rara, pacientes relacionam a ingestão de Sinvastatina com alterações no Sistema Nervoso Central, como quadros de neuropatia periférica [6], que pode ser observada pela relação entre a inibição da enzima HMG-CoA redutase com a morte celular programada dos neuroblastos [6], o que também justifica a contraindicação do uso em mulheres gestantes [10], que será discutido mais à frente.
Recentemente, médicos e especialistas discutem a relação entre os efeitos colaterais com envolvimento em questões genéticas, como mutações em genes específicos [6].
Ainda, esses efeitos já foram observados como dose-dependente, sendo diminuídos caso a dose ingerida também seja reduzida.
Para que a redução da dose ingerida ocorra sem que haja alterações na eficiência e eficácia do tratamento, presume-se a possível conjugação entre fármacos, como Sinvastatina e Ezetimiba.
A Ezetimiba é um remédio que inibe a absorção intestinal do colesterol, também recomendada para hipercolesterolemia [6, 10-12].
Contraindicações do uso da Sinvastatina
Médicos e especialistas contraindicam o uso desse fármaco nessas seguintes condições:
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- Presença de alergia a algum de seus componentes;
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- Presença de doença ativa no fígado;
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- Caso a mulher esteja grávida ou amamentando – isso porque a redução da absorção do colesterol ativa outras vias importantes para o desenvolvimento fetal [10];
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- Pessoas em atual tratamento utilizando remédios como: antifúngicos, inibidores de protease do HIV, antibióticos, antidepressivo nefazodona, entre outros. É particularmente importante relatar o consumo desses remédios para o médico antes da prescrição da Sinvastatina, uma vez que essas interações podem gerar quadros de miopatia e rabidomiólise [13].
Com esse artigo, discutimos brevemente as principais funções do remédio Sinvastatina, explorando seu mecanismo de ação, dosagem, método de ingestão e benefícios do tratamento principalmente para o controle de colesterol.
Entretanto, é importante ter em mente que, como qualquer outro remédio, há possibilidades de efeitos colaterais, alguns deles graves, o que reforça a necessidade de que esse fármaco seja prescrito pelo médico especialista que irá considerar todo o quadro geral.
Ainda, o tratamento com Sinvastatina também não deve ser interrompido sem aval de um profissional especializado.
Procure um médico. Não se automedique.
Referências
1. Luz, D.A., K.K.A. Santos, and R.S. Damascena, Perfil dos usuários da sinvastatina no Brasil: Uma revisão bibliográfica. Research, Society and Development, 2021. 10(7): p. e17910716431-e17910716431.
2. “Colesterol ruim” elevado está relacionado ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares. 2022; Available from: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/agosto/201ccolesterol-ruim201d-elevado-esta-relacionado-ao-desenvolvimento-de-doencas-cardiovasculares#:~:text=%E2%80%9CColesterol%20ruim%E2%80%9D%20elevado%20est%C3%A1%20relacionado%20ao%20desenvolvimento%20de%20doen%C3%A7as%20cardiovasculares,-Colesterol%20LDL%20tamb%C3%A9m&text=As%20doen%C3%A7as%20cardiovasculares%20associadas%20ao,%C3%B3bito%20em%20decorr%C3%AAncia%20dessas%20doen%C3%A7as.
3. SANTOS NETO, J.G.d., Avaliação da qualidade de comprimidos de sinvastatina. 2018.
4. Pedersen, T.R. and J.A. Tobert, Simvastatin: a review. Expert Opin Pharmacother, 2004. 5(12): p. 2583-96.
5. Silveira, F.R., et al., Aspectos farmacogenéticos do tratamento com sinvastatina. Salão de Iniciação Científica (15.: 2003: Porto Alegre). Livro de resumos. Porto Alegre: UFRGS, 2003., 2003.
6. Santos, L.N. and F.V. da Silva, Reações adversas às estatinas: mecanismo de ação e evidências clínicas. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, 2010. 9(1): p. 79-86.
7. Hess, D.C. and S.C. Fagan, Pharmacology and clinical experience with simvastatin. Expert Opin Pharmacother, 2001. 2(1): p. 153-63.
8. Mata, P., R. Alonso, and J. Badimon, Benefits and risks of simvastatin in patients with familial hypercholesterolaemia. Drug Saf, 2003. 26(11): p. 769-86.
9. Rasmussen, S.T., et al., Simvastatin and oxidative stress in humans: A randomized, double-blinded, placebo-controlled clinical trial. Redox Biol, 2016. 9: p. 32-38.
10. Robinson, J.G., Simvastatin: present and future perspectives. Expert Opin Pharmacother, 2007. 8(13): p. 2159-27.
11. Fiorenzano, A.R., et al., Aspectos clínicos e farmacológicos da associação sinvastatina-ezetimiba. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, 2006. 10(3): p. 181-183.
12. Murdoch, D. and L.J. Scott, Ezetimibe/Simvastatin. American Journal of Cardiovascular Drugs, 2004. 4(6): p. 405-422.
13. Santos, J.d.S., F. Giordani, and M.L.G. Rosa, Interações medicamentosas potenciais em adultos e idosos na atenção primária. Ciência & saúde coletiva, 2019. 24: p. 4335-4344.
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