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Dor nas pernas ao correr pode ser canelite. Conheça os sintomas

As dor na canela (canelite ou síndrome do estresse tibial medial) ocorre por uma inflamação dos músculos, tendões e tecido ósseo ao redor da tíbia. A dor geralmente ocorre ao longo da borda interna da tíbia, onde os músculos se ligam ao osso.

 


 

Dores na região inferior das pernas durante a realização do exercício físico estão frequentemente associadas à canelite e são bastante comuns em atletas ou praticantes de atividades físicas de alto impacto[1]Moen MH, Tol JL, Weir A, Steunebrink M, De Winter TC. Medial tibial stress syndrome. Sports medicine. 2009 Jul 1;39(7):523-46. Disponível em: … Continue reading. Mas para evitar a evolução desse quadro e um maior comprometimento da saúde é necessário reconhecer os sintomas e as estratégias de tratamento.

As dores nas canelas são caracterizadas por dores na parte inferior e anterior da perna. Frequentemente, a dor começa no início do exercício, melhora gradualmente à medida que a sessão continua e depois piora novamente após a conclusão do exercício.

As pessoas que participam de esportes de alto impacto têm o maior risco, mas até os caminhantes podem desenvolver dores nas canelas, principalmente se aumentarem rapidamente a velocidade ou a distância[2]Yates B, White S. The incidence and risk factors in the development of medial tibial stress syndrome among naval recruits. The American journal of sports medicine. 2004 Apr;32(3):772-80. Disponível … Continue reading.

Neste artigo, examinaremos as causas, diagnóstico e tratamento das dores nas canelas. Também explicaremos como impedi-los de ocorrer.

A dor no calcanhar pode ser devida à fascite plantar (inflamação da fáscia plantar), ao esporão do calcâneo, fratura de stress do calcâneo, entorse do tornozelo

O que é canelite?

Síndrome de estresse do medial tibial é o outro nome pelo qual a canelite é conhecida. Sua nomenclatura está relacionada com a área afetada: o osso tibial. A localização deste é a região antero-medial da perna, o que explica o motivo das dores na área.

É importante destacar que a tíbia, um dos maiores ossos do corpo humano, é responsável por suportar grande impacto decorrente de movimentos como caminhada, saltos, corridas, entre outros. Logo, é uma sobrecarga excessiva sobre ela que desencadeia o quadro clínico em questão.

Este é caracterizado por dores, de moderadas a intensas, durante a prática de atividade/exercício físico. Porém, sem os devidos cuidados, tais desconfortos tornam-se constantes, ou seja, mantêm-se presentes mesmo quando o paciente está em repouso.

Em geral, os principais acometidos pela síndrome são atletas de esportes de alto impacto e praticantes de atividades físicas que estão iniciando ou alterando suas rotinas de treinamentos. Isto ocorre porque é no período de adaptação do corpo aos novos estímulos que se inicia uma inflamação na área, principal causa da canelite.

Causas da canelite

O que ocorre, em princípio, é um processo inflamatório na membrana que recobre o osso, também conhecida como periósteo. Inclusive, mais um nome associado à canelite é periostite medial da tíbia. Na sequência, outras partes anatômicas podem ser afetadas como a própria ossatura e/ou os músculos e tendões adjacentes a ela.

Caso não haja um diagnóstico e nem a redução da sobrecarga sobre a área, o quadro progride e microfraturas no próprio osso tibial podem surgir. Se, ainda assim, não houver tratamento adequado, é possível a ocorrência da fratura do osso por estresse.

Portanto, embora a canelite seja uma situação bastante frequente, não deve ser considerada irrelevante. Uma identificação precoce do quadro é essencial para evitar sua evolução e outras complicações mais graves que comprometem a saúde de maneira integral.

A partir disso, deve-se conhecer os principais motivos que podem originar essa inflamação. A seguir listamos suas causas mais comuns relativas à prática de atividade física:

  • excesso de exercícios/movimentos que sobrecarregam a perna;
  • alteração de volume e intensidade de treinos de alto impacto;
  • desconhecimento da técnica correta do exercício realizado;
  • prática de corrida e saltos em pisos excessivamente duros;
  • uso de calçados inapropriados durante atividade física;
  • encurtamento da musculatura da perna;
  • falta de aquecimento antes do treinamento.

Além delas, existem também situações anatômicas e fisiológicas que se constituem como fator de risco para o surgimento da síndrome. São elas:

  • pés hiperpronados;
  • joelhos varos;
  • menopausa;
  • idade avançada.

Enfim, conhecendo as causas da canelite, é mais simples identificar o seu início e buscar suporte médico o quanto antes.

CANELITE - Síndrome do Estresse Tibial Medial - Causa comum de dor nas pernas em corredores.

Características da dor de canelite

O sintoma mais comum da dor da canelite é a dor ao longo da borda da tíbia. Também pode ocorrer um leve inchaço na área.

A dor nas canelas pode:

  • Ser afiada, e parecida com uma sensação de agulhada ou latejante
  • Ocorrer durante e após o exercício
  • Ser agravado ao tocar no local dolorido

A complicação mais grave da inflamação, se não for tratada, é uma fratura por estresse da tíbia.

Outro sinal que é relatado por alguns pacientes é a fraqueza muscular tanto na área da perna como dos pés e, consequentemente, surge uma dificuldade para atividades básicas como a caminhada.

Vale ressaltar, novamente, que no período inicial de desenvolvimento da síndrome, as dores apenas aparecem enquanto o paciente está desempenhando o exercício. Porém, se a situação progride, os momentos de repouso também são acompanhados de dor.

Enfim, para impedir a evolução da síndrome de estresse do medial tibial é imprescindível iniciar um tratamento adequado precocemente.

regiao da dor canelite

O diagnóstico ocorre por meio de exame clínico no qual o médico coleta informações sobre o histórico do paciente, bem como questiona e observa os sintomas apresentados até o momento.

Diagnóstico da canelite

As principais questões de interesse para o clínico são referentes à prática de atividade física ou à ocorrência anterior de canelite.

Na maioria dos casos não é preciso realizar outros exames. Estes são requeridos apenas quando o estágio da canelite já está mais avançado.

Nesta situação, a radiografia é o principal método para detectar microfraturas no osso, verificar a gravidade do quadro e descartar outros tipos de lesões.

A partir disto é possível determinar qual o tratamento adequado para o paciente.

É importante também o diagnóstico diferencial com outras patologias na região anterior da perna, tais como:

  • Fratura por estresse
  • Síndrome Compartimental Exercional Crônica
  • Dor Ciática (Lombociatalgia)
  • Trombose venosa profunda (TVP)
  • Tensão muscular
  • Tumor
  • Endofibrose arterial
  • Infecção
  • Compressão do nervo (fibular comum / superficial e safena)

Tratamentos para canelite

Visando o tratamento da canelite, recomenda-se:

  • repouso ou redução do volume e intensidade de treinos;
  • uso de medicamentos para minimizar a dor e a inflamação;
  • realização de compressas com gelo;

No caso da fisioterapia, são realizadas técnicas de alongamento para reduzir possíveis encurtamentos musculares, bem como crioterapia e terapias com correntes elétricas para amenizar as dores.

Assim que o quadro clínico começa a melhorar, o fisioterapeuta também costuma incluir exercícios de fortalecimento para os músculos da perna, visando a não recorrência da canelite[3]Galbraith RM, Lavallee ME. Medial tibial stress syndrome: conservative treatment options. Current reviews in musculoskeletal medicine. 2009 Sep 1;2(3):127-33.Disponível em: … Continue reading.

Além disso, o retorno aos treinos precisa ser feito de forma gradual e consciente, respeitando os limites do corpo do praticante.

Junto aos tratamentos indicados, outras medidas são incorporadas na rotina do paciente como:

  • Uso de calçados apropriados, ou palmilhas ortopédicas, durante treinos;
  • Correção postural quando necessário;
  • Alongamentos diários de membros inferiores;
  • Realização de atividade física sob orientação de profissional;
  • Adequação dos treinamentos ao praticante e às suas singularidades.
  • Tratamento por ondas de choque – efeito analgésico e anti-inflamatório

 

Tais medidas funcionam como formas de prevenir uma cronificação da periostite tibial, o que seria bastante incomodo e até mesmo debilitante para o paciente a longo prazo.

A partir do exposto, portanto, vale reforçar que a canelite é um quadro clínico bastante frequente, principalmente em praticantes de atividades físicas, mas que precisa de tratamento e prevenção, pois pode sim evoluir para situações mais graves.

Canelite ou fratura por estresse?

A canelite é uma inflamação do tecido que corre ao longo do osso da canela (tíbia), enquanto uma fratura por estresse é uma pequena fissura ou grupo de fissuras que se formam no próprio osso.

A fratura por estresse é uma lesão mais grave do que dores nas canelas.

Nas fraturas por estresse, a dor geralmente ocorre em um ou vários pontos específicos, ou focados ao longo do osso da canela.

A dor de uma fratura por estresse também é uma dor profunda e latejante em comparação com a dor nas canelas, que geralmente é descrita como dor forte e sem brilho. O impacto, quando o pé atinge o chão, é doloroso e a dor normalmente ocorre com atividades regulares, como subir escadas, caminhar ou sentar.

Prevenção de dores nas canelas

As formas de reduzir o risco de dores nas canelas incluem:

  • Aqueça completamente antes de se exercitar e inclua muitos alongamentos lentos e sustentados em seu relaxamento.
  • Incorpore uma rotina regular de alongamento em seu programa de condicionamento físico.
  • Fortaleça os músculos das pernas com exercícios específicos.
  • Escolha superfícies planas e macias para correr, como pistas de corrida ou ovais gramados.
  • Reduza a intensidade do seu treinamento.
  • Coloque palmilhas de absorção de choque em seus tênis de corrida.
  • Certifique-se de usar tênis adequados e substituí-los antes que eles se desgastem.
  • Treine com atividades de baixo impacto, como andar de bicicleta, nadar ou caminhar.

10 causas previniveis da Canelite

As 10 causas mais comuns da canelite são evitáveis

A Canelite descreve uma variedade de dores generalizadas que ocorrem ao longo da frente da parte inferior da perna (tíbia). Canelite, ou síndrome do estresse tibial medial, é considerada uma lesão por esforço cumulativo porque muitas vezes ocorre após o estresse repetido ou ranger dos ossos, músculos e articulações da parte inferior da perna, que se torna irritada e inflamada.

Algumas das causas mais comuns de dores nas canelas são evitáveis. Ao fazer algumas pequenas alterações na sua rotina de treinamento, você pode prevenir ou reduzir o risco de desenvolver dores nas canelas.

O uso excessivo

Correr é uma atividade de alto impacto que cria sobrecarga ou estresse sobre os músculos e tecidos que se conectam na frente da parte inferior da perna. O bater constante da corrida pode fazer com que dores nas canelas se desenvolvam ao longo do tempo.

Treino excessivo

Corredores que correm muitos quilômetros semanas após semanas, sem dias de descanso ou intervalo nos treinos adequados, são muito mais propensos a desenvolver dores nas canelas.

Iniciar uma rotina de corridas muito rápido

Corredores iniciantes também são mais propensos a desenvolver dores nas canelas. Correr é um esporte que requer um início gradual para permitir que o corpo e músculos se acostumem com as tensões da corrida.

Correndo em superfícies duras

Correr em uma superfície dura como calçadas de concreto e outros pavimentos aumenta o estresse sobre os ossos e os músculos da perna e pode aumentar o risco de dores nas canelas, especialmente em corredores iniciantes. Correr em superfícies macias e suaves, tais como trilhas, pistas de corrida, ou estradas de terra é muito menos estressante e pode ser uma boa opção para, pelo menos, algumas de suas corridas diárias.

Aumentar a quilometragem muito rapidamente

Corredores que aumentam a sua quilometragem muito rapidamente estão em maior risco de desenvolver canelite. Mesmo se você está ansioso para entrar em forma, é recomendado que você aumente a sua quilometragem de corrida não mais do que 10% por semana. Então, se você estiver correndo 15 quilômetros em uma semana, o máximo que você deve adicionar a semana seguinte é 1,5 quilômetro para um total de 16,5 quilômetros por semana.

Correr com tênis velhos ou desgastados

É importante substituir seu tênis de corrida após cerca de 350 a 550 quilômetros. Isso depende do seu estilo de corrida, peso corporal, e do plano de corrida que você escolher.

Os corredores mais leves podem se aproximar de 550 quilômetros com um par de tênis, mas os corredores pesados podem desgastar os sapatos mais rápido e devem começar a procurar um substituto mais perto de 350 quilômetros.

Correndo com fraturas de stress não diagnosticadas

O constante impacto dos ossos da perna pode realmente causar fissuras microscópicas e fraturas nos ossos inferiores da perna (tíbia e fíbula). Descanso é necessário para reparar essas rachaduras. Mas sem recuperação adequada, essas rachaduras continuam a crescer e tornar-se uma fratura. O resultado é dor aguda e uma longa recuperação.

Não aquecer corretamente

Aquecimentos ajudam a reduzir o risco de lesões. Isto é particularmente importante para os corredores. Aprenda como aquecer adequadamente antes de correr.

Músculos da panturrilha contraturados e músculos fracos na canela

A combinação de panturrilhas contraturadas e pernas fracas podem levar à dor na parte da frente das canelas. Para evitar esta combinação, estique as pernas e o tendão de Aquiles, além de fortalecer a frente das canelas com simples batidas  dos dedos várias vezes ao dia.

Muita corrida em descidas

Correr para baixo (ou descer escadas) pode agravar a dor na canela e deve ser limitada ou adicionada ao seu programa de treinamento lentamente.

clinica dr hong jin pai al jau 687

AL. JAÚ 687 – JARDIM PAULISTA – SÃO PAULO – SP

Clínica de Dor, Fisiatria e Acupuntura Médica

Clínica médica especializada localizada na região dos Jardins, próximo à Av. Paulista, em São Paulo — SP.

Centro de Dor, com médicos especialistas pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Tratamento por Ondas de Choque, Infiltrações, Bloqueios anestésicos e Acupuntura Médica

Dor tem Tratamento – Centro de Dor e Acupuntura Médica em São Paulo – SP

TRATAMENTO DE DOR FISIOTERAPIA CLINICA HONG JIN PAI

Médicos Especialistas em Dor e Acupuntura do HC-FMUSP

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Clínica Dr. Hong Jin Pai – Centro de Dor, Acupuntura Médica, Fisiatria e Reabilitação.

Al. Jaú 687 – São Paulo – SP

Atendimento de segunda a sábado.

Referências Bibliográficas

Referências Bibliográficas
1 Moen MH, Tol JL, Weir A, Steunebrink M, De Winter TC. Medial tibial stress syndrome. Sports medicine. 2009 Jul 1;39(7):523-46. Disponível em: https://medicinanuclearhi.com.uy/public/info/pdf/moen2009_Medial_tibial_stress_syndrome.pdf
2 Yates B, White S. The incidence and risk factors in the development of medial tibial stress syndrome among naval recruits. The American journal of sports medicine. 2004 Apr;32(3):772-80. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/0095399703258776
3 Galbraith RM, Lavallee ME. Medial tibial stress syndrome: conservative treatment options. Current reviews in musculoskeletal medicine. 2009 Sep 1;2(3):127-33.Disponível em: https://link.springer.com/content/pdf/10.1007/s12178-009-9055-6.pdf

Dr. Marcus Yu Bin Pai

CRM-SP: 158074 / RQE: 65523 - 65524 | Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura. Área de Atuação em Dor pela AMB. Doutorado em Ciências pela USP. Pesquisador e Colaborador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do HC-FMUSP. Diretor de Marketing do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP). Integrante da Câmara Técnica de Acupuntura do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Secretário do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Presidente do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira de Regeneração Tecidual (SBRET). Professor convidado do Curso de Pós-Graduação em Dor da Universidade de São Paulo (USP). Membro do Conselho Revisor - Medicina Física e Reabilitação da Journal of the Brazilian Medical Association (AMB).  

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