A pergunta “Fibromialgia melhora?” ecoa na mente de milhares de brasileiros que convivem com essa condição complexa e muitas vezes incompreendida.
A resposta curta e direta pode parecer desanimadora: atualmente, não existe uma cura definitiva para a fibromialgia. No entanto, essa resposta está longe de contar toda a história. A verdade mais completa e esperançosa é que, sim, a fibromialgia pode melhorar significativamente. Com as abordagens corretas, informação de qualidade e um papel ativo do paciente, é totalmente possível aliviar os sintomas, recuperar a funcionalidade e conquistar uma qualidade de vida muito melhor.[1]Kim L, Lipton S, Deodhar A. Pregabalin for fibromyalgia: some relief but no cure. Cleveland Clinic journal of medicine. 2009 Apr 1;76(4):255-61..
O diagnóstico precoce da dor muscular crônica é importante para ajudá-lo a se sentir melhor e também é importante para evitar que a condição piore[2]Rahman A, Underwood M, Carnes D. Fibromyalgia. Bmj. 2014 Feb 24;348..
O Desafio da Invisibilidade e a Luta por Validação
Um dos maiores obstáculos enfrentados por quem tem fibromialgia é a natureza “invisível” da doença. Ao contrário de uma fratura óssea ou uma ferida aberta, a dor e a fadiga da fibromialgia não são aparentes externamente. Isso, infelizmente, levou (e ainda leva) muitos pacientes a se sentirem desacreditados, como se seus sintomas não fossem “legítimos” aos olhos de alguns profissionais de saúde, familiares, amigos e colegas de trabalho. A frase “isso é coisa da sua cabeça” ou “é só estresse” ainda é dolorosamente comum.
Essa falta de validação adiciona uma camada extra de sofrimento à já difícil jornada com a dor crônica. É crucial entender: a fibromialgia é uma condição neurológica real, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (CID-11 MG30.01). A dor sentida não é imaginária; ela resulta de alterações complexas na forma como o sistema nervoso central processa os sinais de dor, um fenômeno conhecido como sensibilização central. Basicamente, o “volume” da dor no cérebro está aumentado, fazendo com que estímulos que normalmente não seriam dolorosos se tornem dolorosos (alodinia) e que estímulos dolorosos sejam sentidos com intensidade muito maior (hiperalgesia).
Felizmente, o conhecimento sobre a fibromialgia avançou. Embora ainda existam opiniões divergentes e lacunas na compreensão médica, a grande maioria dos profissionais de saúde hoje reconhece a fibromialgia como uma condição genuína. Buscar um diagnóstico correto e precoce é fundamental. Além de permitir o acesso aos tratamentos adequados, o diagnóstico oferece validação, um nome para o sofrimento, o que por si só já pode ser terapêutico. Ele também é crucial para descartar outras condições com sintomas semelhantes (como hipotireoidismo, artrite reumatoide, lúpus) e para evitar que a condição se agrave pela falta de manejo adequado.
A dor muscular generalizada é um dos sintomas mais comuns da fibromialgia. De fato, muitas pessoas com fibromialgia relatam sintomas semelhantes aos da gripe, como dor geral, rigidez e dor que ocorre em várias áreas ao mesmo tempo.
Muitas vezes, os sintomas dolorosos são mais prevalentes no pescoço e ombros, na parte inferior das costas e nas pernas e na parede torácica. A dor e a rigidez geralmente são mais perceptíveis ao acordar ou após um período de descanso, mas também podem ocorrer após a atividade física[3]Smith HS, Harris R, Clauw D. Fibromyalgia: an afferent processing disorder leading to a complex pain generalized syndrome. Pain physician. 2011 Mar 1;14(2):E217-45..
Sintomas possíveis da fibromialgia
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01.Fadiga ou rigidez muscular
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02.Sensibilidade à temperatura, luz, ruído e odor
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03.Problemas digestivos (por exemplo, Intestino Irritavel)
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04.Dormência de braço e perna
Causas da fibromialgia
Fatores genéticos ou virais
Ninguém sabe o que causa a fibromialgia. Pensa-se que pode ser o resultado de fatores genéticos (herdados) e ambientais (como exposição a um vírus ou doença).
Fatores Emocionais
Acredita-se também que o estresse físico ou emocional pode desencadear o início dos sintomas da fibromialgia. No entanto, a fibromialgia também pode aparecer sem nenhuma causa óbvia.
O Caminho para a Melhora: Uma Abordagem Multifacetada
Aqui reside a resposta mais profunda à pergunta inicial. A melhora na fibromialgia vem de uma abordagem de tratamento abrangente, personalizada e contínua, focada em gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Não se trata de uma única “bala de prata”, mas sim da combinação de várias estratégias:
Educação e Autogerenciamento:
Entender a condição é o primeiro passo. Saber o que é a fibromialgia, como ela funciona e o que esperar ajuda a reduzir o medo e a ansiedade. O paciente torna-se um parceiro ativo no tratamento, aprendendo a identificar seus gatilhos, a gerenciar seus níveis de energia (pacing – alternar atividade e descanso) e a implementar estratégias no dia a dia.
Exercício Físico Gradual e Regular:
Contrariando o instinto de ficar parado devido à dor, o exercício é um dos pilares do tratamento. Começar devagar e aumentar gradualmente é a chave.
Atividades de baixo impacto como caminhada, natação, hidroginástica, bicicleta ergométrica e tai chi chuan são geralmente bem toleradas. Exercícios de alongamento ajudam na flexibilidade e rigidez, enquanto o fortalecimento muscular leve melhora a resistência e diminui a fadiga. A orientação de um fisioterapeuta ou educador físico experiente em fibromialgia é essencial para criar um programa seguro e eficaz.
Terapias Mente-Corpo e Gerenciamento do Estresse:
Como o estresse piora significativamente os sintomas, aprender a gerenciá-lo é vital. Técnicas como:
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- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Ajuda a modificar padrões de pensamento negativos sobre a dor e a desenvolver estratégias de enfrentamento mais eficazes.
- Mindfulness (Atenção Plena) e Meditação: Treinam a mente a focar no presente, reduzindo a ruminação sobre a dor e o estresse.
- Técnicas de Relaxamento: Respiração profunda, relaxamento muscular progressivo.
- Yoga e Tai Chi: Combinam movimento suave, respiração e meditação.
Medicamentos:
Embora não curem, certos medicamentos podem ajudar a controlar sintomas específicos:
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- Analgésicos: Paracetamol ou dipirona podem ajudar na dor leve. Anti-inflamatórios geralmente não são muito eficazes para a dor da fibromialgia (pois não é primariamente inflamatória), mas podem ser usados para condições coexistentes. Opioides fortes devem ser evitados ou usados com extrema cautela devido ao risco de dependência e baixa eficácia a longo prazo.
- Antidepressivos: Certos tipos (como tricíclicos em baixas doses, ou inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina) podem ajudar a reduzir a dor, melhorar o sono e tratar a depressão ou ansiedade coexistente.
- Anticonvulsivantes: Alguns medicamentos usados para epilepsia (como pregabalina e gabapentina) são aprovados para tratar a dor da fibromialgia, pois atuam nos sinais nervosos.
- Relaxantes Musculares: Podem ajudar com espasmos e rigidez, especialmente à noite para melhorar o sono.
- A escolha do medicamento deve ser individualizada e monitorada por um médico.
Abordagem Multidisciplinar:
O tratamento ideal envolve uma equipe de profissionais trabalhando juntos:
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- Médico: (Clínico geral, reumatologista, neurologista ou médico da dor) para diagnóstico, acompanhamento e manejo medicamentoso.
- Fisioterapeuta: Para orientação de exercícios e técnicas de alívio da dor.
- Psicólogo ou Terapeuta: Para TCC, gerenciamento do estresse e apoio emocional.
- Terapeuta Ocupacional: Para adaptar tarefas diárias, conservar energia e melhorar a funcionalidade no trabalho e em casa.
- Nutricionista: Para orientação sobre uma dieta anti-inflamatória, identificação de sensibilidades alimentares e manutenção de um peso saudável.
- Educador Físico: Para suporte na manutenção de um estilo de vida ativo.
Melhora da Qualidade do Sono:
Implementar uma boa higiene do sono é crucial: manter horários regulares, criar um ambiente escuro e silencioso, evitar cafeína e telas antes de dormir.
Dor tem Tratamento – Centro de Dor e Acupuntura Médica em São Paulo – SP
Médicos Especialistas em Dor e Acupuntura do HC-FMUSP
Os especialistas em medicina da dor são médicos treinados e qualificados para oferecer avaliação integrada e especializada e gerenciamento da dor usando seu conhecimento único e conjunto de habilidades no contexto de uma equipe multidisciplinar.
O tratamento da dor visa reduzir a dor, abordando o impacto emocional da dor, ajudando os pacientes a se moverem melhor e aumentando o bem-estar por meio de uma variedade de terapias, incluindo terapia medicamentosa e intervenções.
Se você está vivendo com uma dor que persiste por mais de três meses e está afetando sua capacidade de continuar com a vida cotidiana, provavelmente está sentindo dor crônica.
Nossos médicos especialistas em controle da dor em São Paulo trabalham em estreita colaboração com outros especialistas como parte de uma equipe multidisciplinar para fornecer uma abordagem holística e um resultado ideal para a dor crônica, seja qual for a causa.
As técnicas usadas no controle da dor dependerão da natureza e gravidade da dor, mas nossos especialistas em dor têm experiência especial para ajudar com a dor.
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01.Tratamento conservador de dor
Acupuntura Médica, Ondas de Choque, Fisioterapia, Infiltrações, Bloqueios Anestésicos, Toxina Botulínica. -
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A avaliação e tratamento da dor é a especialidade de nossos Médicos especialistas em Dor. -
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Plano de tratamento com medicamentos, terapias minimamente invasivas e fisioterapia.
Atendemos todos os Planos de Saúde pelo Reembolso.
O reembolso ou livre escolha é uma opção de atendimento a usuários de planos de saúde que não está vinculada à rede de prestadores contratados ou cujo procedimento específico não está contratado.
Não atendemos diretamente por convênio. Nosso foco é um atendimento especializado no paciente. Assim, separamos pelo menos 60-90 minutos para consulta, exame e avaliação do paciente.
O processo na maioria das vezes é digital (pelo Smartphone, tablet ou computador) é simples. O valor reembolsado corresponde a uma tabela de valores da própria operadora e pode cobrir todo o procedimento ou parte dele. Lembrando que a parte não reembolsada pode ser abatida no imposto de renda pessoa física (IRPF).
Clínica Dr. Hong Jin Pai – Centro de Dor, Acupuntura Médica, Fisiatria e Reabilitação.
Al. Jaú 687 – São Paulo – SP
Atendimento de segunda a sábado.
Referências Bibliográficas
↑1 | Kim L, Lipton S, Deodhar A. Pregabalin for fibromyalgia: some relief but no cure. Cleveland Clinic journal of medicine. 2009 Apr 1;76(4):255-61. |
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↑2 | Rahman A, Underwood M, Carnes D. Fibromyalgia. Bmj. 2014 Feb 24;348. |
↑3 | Smith HS, Harris R, Clauw D. Fibromyalgia: an afferent processing disorder leading to a complex pain generalized syndrome. Pain physician. 2011 Mar 1;14(2):E217-45. |
↑4 | Fitzcharles MA, Yunus MB. The clinical concept of fibromyalgia as a changing paradigm in the past 20 years. Pain Research and Treatment. 2012;2012. |