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Gingko Biloba – Benefícios

Nós devemos muito de nossa atual qualidade de vida e longevidade à medicina científica. Essa área, que nasceu e se expandiu dos avanços da ciência, se baseia nas novas tecnologias e nos avanços de outras áreas para desenvolver novos procedimentos e medicamentos, visando maximizar a sobrevivência das pessoas.

Disso, obtivemos grandes avanços em imunologia, para a prevenção de doenças e complicações, na realização de cirurgias, tornando-as muito mais seguras, no desenvolvimento de vacinas e medicamentos de diversos tipos, contribuindo para a prevenção e tratamento de muitas doenças, entre outros importantes avanços.

Porém, a medicina científica é uma revolução um tanto nova. Consiste na adoção da metodologia científica por parte da medicina. Antes dela, a medicina já existia de diversas formas, se valendo das boas práticas de nossos antepassados e da investigação das propriedades medicinais da natureza. É a chamada medicina tradicional.

A medicina tradicional ainda continua viva de diversas formas. Muito do seu conhecimento foi utilizado pela medicina científica, que descobriu novos compostos a partir dela, validou muitas de suas práticas e adotou algumas de suas recomendações.

A medicina tradicional ainda continua sendo usada também. Várias práticas ainda são passadas dos pais aos filhos e sobrevivem no conhecimento popular. Chá de camomila e suco de maracujá para acalmar, merthiolate e babosa para cicatrizar, entre outras, são algumas das mais comuns.

Ultimamente, a medicina tradicional chinesa anda ganhando muitos adeptos no país, a ginkgo biloba é uma das principais plantas envolvidas. Você provavelmente já ouviu falar dela por aí.

Que tal conhecê-la melhor? Continue a leitura e conheça a planta e seus efeitos.

 

Ginkgo biloba: para que serve essa planta?

Ginkgo biloba é o nome dado a uma árvore nativa da China. É uma árvore de grandes proporções e com troncos largos, por isso, não é o tipo de planta que dá para plantar no quintal.

Porém, normalmente quando mencionam o nome ginkgo biloba, estão se referindo às suas folhas, que são as portadoras das capacidades medicinais que descreveremos. As folhas são transformadas em chás ou até suplementos, e o uso regular moderado permite a obtenção de grandes benefícios.

O resto da planta também apresenta muitas aplicações. A madeira é muito resistente, e é comumente usada para fabricar móveis e galões para a produção do sake, popular bebida alcoólica japonesa, e os frutos, nozes e sementes da árvore são parte de pratos e costumes tradicionais na China e no Japão, além de também serem usadas na medicina tradicional chinesa.

Neste artigo, porém, vamos nos focar nos benefícios dos extratos da folha do ginkgo biloba.

 

Melhora a circulação

Um dos principais benefícios do ginkgo biloba diz respeito à circulação.

Devido à importância da circulação para o resto do organismo, visto que é o sistema responsável pela distribuição de oxigênio e nutrientes por ele, esses benefícios à circulação contribuem para vários dos outros benefícios que a folha é capaz de prover.

Os extratos da folha apresentam óxido nítrico. O óxido nítrico é uma substância já conhecida e utilizada na medicina exatamente devido aos seus efeitos sobre a circulação.

Sua presença no corpo ocasiona vasodilatação, isto é, o aumento do diâmetro dos vasos sanguíneos. Esse aumento do diâmetro facilita o escoamento do sangue, e também diminui o esforço necessário por parte do coração para bombeá-lo.

Dessa forma, os nutrientes e o oxigênio são distribuídos pelo corpo com maior facilidade e rapidez e mantém-se a saúde do coração (visto que não precisa realizar tanta força), contribuindo para a saúde.

Por isso, o ginkgo biloba é um importante aliado no tratamento da hipertensão. Porém, por si só não é capaz de substituir uma dieta mais equilibrada, o uso de medicamentos específicos e a realização de exercícios físicos, ele é apenas mais uma das ferramentas que podem ser utilizadas para diminuir a pressão sanguínea.

 

Melhora o raciocínio e a concentração

O cérebro é um dos órgãos que mais requerem energia e nutrientes. Por isso, também é o que mais depende do fluxo sanguíneo. Maiores dificuldades de circulação, por exemplo, em casos de hipertensão, prejudicam seu funcionamento.

Por outro lado, uma circulação saudável o provê com uma abundância de energia, permitindo que funcione de forma muito melhor.

Portanto, os cuidados com a circulação contribuem para manter a saúde do cérebro, o que por sua vez leva a benefícios no raciocínio e na concentração, visto que há mais energia e nutrientes disponíveis para a realização dessas funções.

Os benefícios trazidos à circulação por parte do ginkgo biloba, portanto, trazem benefícios também à saúde do cérebro, facilitando a realização das tarefas do dia a dia. Dessa forma, também contribuem para melhorar a saúde mental, aumentando o ânimo e a produtividade com menos esforço.

Assim como no caso da hipertensão, o uso do ginkgo biloba deve ser feito em conjunto com outras medidas, como consultas psicológicas, treinamento da disciplina, estudos diários, entre outros, para garantir maior efetividade.

 

Melhora a memória

A maior disponibilidade de nutrientes ao cérebro também traz outros benefícios. Essa melhoria da saúde desse órgão tão importante também contribui para melhorar outra função indispensável: a memória.

A memória tende a ser uma das funções mais sensíveis do cérebro. Impactos, traumas, hábitos diários, entre outros, são alguns dos principais fatores que causam a perda de memória, ou ainda impedem que novas memórias sejam criadas.

Com isso, surgem muitos problemas relacionados aos hábitos do dia a dia e ao relacionamento com outras pessoas, o que por sua vez pode causar vários problemas de saúde mental.

O ginkgo biloba, estimulando a circulação, se torna um importante meio de manter essa função tão importante do nosso cérebro. É possível que contribua também para a prevenção do mal de Alzheimer, inclusive.

 

Combate o envelhecimento

Como parte do funcionamento natural do nosso corpo, a circulação sanguínea está repleta de radicais livres.

Radicais livres são moléculas que apresentam um desequilíbrio: têm mais elétrons ou menos elétrons do que necessitam. Nessa circunstância, ficam a procura de alguma outra molécula com que possam se estabilizar. Às vezes é outro radical, mas nem sempre. Às vezes é uma molécula estável, o que pode causar certos danos ao corpo.

Os radicais livres são normais e necessários. São o resultado do uso de nutrientes pelo corpo e também são utilizados em alguns processos importantes, como no combate a infecções. Em baixas quantidades, o corpo consegue controlar os danos causados por eles, mas em altas quantidades, apresenta grandes dificuldades.

O resultado é que esses danos tendem a se acumular e a prejudicar a regeneração do corpo. E isso, por sua vez, causa uma aceleração do envelhecimento. Por isso, controlar a presença dos radicais livres é muito importante para manter a saúde do corpo.

Uma das formas de realizar esse controle é através da ingestão de antioxidantes. Antioxidantes são substâncias capazes de impedir que os radicais livres reajam com as moléculas que compõem os tecidos do corpo. Com isso, impedem os danos, contribuindo para manter a saúde do corpo.

O ginkgo biloba contém uma boa quantidade de antioxidantes, por isso, a ingestão do extrato da sua folha, em conjunto com outras ações que impedem a ação e a criação excessiva de radicais livres, como a prática de exercícios e a adoção de uma alimentação saudável, contribuem para a desaceleração do processo de envelhecimento e, com isso, para manter a saúde do corpo.

 

Ajuda os olhos

Essa combinação de melhor circulação sanguínea e antioxidantes é muito benéfica para os olhos.

Nossos olhos são um dos órgãos mais sensíveis do nosso corpo. Eles são compostos majoritariamente por um líquido, o vítreo, que é contido por uma fina camada de tecido. Esse tecido contém todos os tecidos funcionais do corpo, como o cristalino, a pupila, músculos, vasos sanguíneos, a retina, os nervos, e muito mais.

Devido a essa sensibilidade, problemas sistêmicos, isto é, que atingem nosso corpo todo, podem gerar suas primeiras complicações no olho, o que pode ocasionar problemas como o glaucoma e, eventualmente, baixa visão ou cegueira.

A saúde do corpo é, portanto, muito importante para se manter a saúde dos olhos. O ginkgo biloba contribui para ambos, graças à presença de substâncias vasodilatadoras e antioxidantes.

 

Cuidados no uso do ginkgo biloba

Neste caso, também vale a sabedoria popular: tudo em excesso faz mal. Embora seu consumo traga muitos benefícios, quando em excesso, ele pode provocar alguns problemas. Portanto, tenha cuidado!

O efeito vasodilatador pode ser benéfico para o corpo quando feito de forma moderada. Porém, quando essa dilatação é muito intensa, pode facilitar a ocorrência de sangramentos. Por isso, não se deve utilizá-lo caso apresente hemofilia, tenha dificuldade de coagulação sanguínea (coagulopatia) ou faça uso regular de anticoagulantes.

O excesso de antioxidantes também pode ter efeito nocivo. Sendo um importante componente de diversos sistemas do corpo, incluindo o sistema imunológico, sua ausência pode comprometer o funcionamento desses sistemas.

Outros possíveis efeitos adversos do consumo excessivo do ginkgo biloba são: dor de cabeça, dor de estômago, náusea, tontura e diarreia. Ele também apresenta interações indesejadas com alguns medicamentos e pode causar reações alérgicas em algumas pessoas.

O principal culpado do uso excessivo é o uso de suplementos. Os suplementos apresentam altas concentrações das substâncias presentes nas folhas do ginkgo biloba, o que facilita muito a ingestão delas em quantidades excessivas.

No Brasil, os suplementos de ginkgo biloba apresentam tarja vermelha, significando que só podem ser utilizados sob prescrição médica. O objetivo é justamente evitar esses casos de uso excessivo do extrato da folha.

Os chás processados também podem trazer problemas. Eles costumam ser preparados de forma a facilitar sua preparação, moendo a folha em pequenos pedaços. Porém, isso também faz com que os chás tenham maiores concentrações das substâncias. Portanto, é preciso tomá-los com moderação.

Qualquer que seja a forma como será ingerido o ginkgo biloba, deve-se ter em mente que ele é um tipo de medicamento. Portanto, para a obtenção de melhores resultados e a prevenção de possíveis complicações, isso deve ser feito apenas com acompanhamento e recomendação médica.

 

Conclusão

O ginkgo biloba é uma planta capaz de trazer muitos benefícios. São aproveitadas muitas partes dele: madeira, frutos, nozes, sementes e folha. Aqui no Brasil, a folha é a mais usada, especialmente na forma de chás e suplementos.

A folha apresenta propriedades vasodilatadoras e antioxidantes. Dessa forma, facilita a distribuição de nutrientes e oxigênio pelo corpo, beneficiando todos os órgãos, mas em especial, o cérebro e os olhos. Os antioxidantes também contribuem para isso, combatendo o envelhecimento e mantendo a saúde dos tecidos.

Porém, tudo em excesso faz mal. Ingerir ginkgo biloba em excesso pode causar ou facilitar a ocorrência de sangramentos, causar dor de cabeça, dor de estômago, náusea, tontura e diarreia, além da possibilidade de interagir com outros medicamentos e causar reações alérgicas.

Portanto, deve ser usado com cuidado. O uso regular de chás e suplementos deve ser feito somente sob acompanhamento médico.

Dr. Marcus Yu Bin Pai

CRM-SP: 158074 / RQE: 65523 - 65524 | Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura. Área de Atuação em Dor pela AMB. Doutorado em Ciências pela USP. Pesquisador e Colaborador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do HC-FMUSP. Diretor de Marketing do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP). Integrante da Câmara Técnica de Acupuntura do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Secretário do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Presidente do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira de Regeneração Tecidual (SBRET). Professor convidado do Curso de Pós-Graduação em Dor da Universidade de São Paulo (USP). Membro do Conselho Revisor - Medicina Física e Reabilitação da Journal of the Brazilian Medical Association (AMB).  

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