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Impacto femoroacetabular – Síndrome do impacto no quadril

São várias as condições ou doenças que afetam a região do quadril em uma boa parcela da população, seja jovem ou adulta, causando geralmente dor e uma delas é o impacto femoroacetabular. Por isso, você conhecerá mais sobre esse assunto neste artigo.

O que é impacto femoroacetabular?

O impacto femoroacetabular, conhecido pela sigla IFA, é uma condição caracterizada pelo contato anormal entre dois ossos que são o fêmur (osso da coxa) e o acetábulo (osso do quadril). Esse contato ocorre entre a extremidade superior do fêmur ou fêmur proximal (colo do fêmur) com o acetábulo durante a realização de movimentos do quadril.

Isso compromete tanto o encaixe perfeito da articulação do quadril quando os movimentos normais dessa região articular causando até dificuldade de mobilidade e dores.

Pessoas que têm quadris normais não sofrem com esse impacto, por vezes agressivo, durante os movimentos normais do quadril ou na realização de exercícios físicos.

Com o passar do tempo, o impacto femoroacetabular pode causar lesões como o desgaste da cartilagem, desgaste do quadril e até artrose.

Esse impacto severo ocorre não apenas durante a realização dos movimentos normais do quadril, mas piora durante a prática de atividade física onde, às vezes, são realizados grandes movimentos do quadril.

Com o passar do tempo, o impacto femoroacetabular pode causar lesões como o desgaste da cartilagem, desgaste do quadril e até artrose, sendo o IFA uma das principais causas do desenvolvimento da artrose precoce em indivíduos adultos jovens, já que pode estar relacionado com a má formação óssea ou com a prática esportista de alto rendimento.

Prevalência

Não se sabe ao certo quantas pessoas apresentam o IFA, contudo, a estimativa internacional é que cerca de 15% da população apresenta algum tipo de alteração do quadril que caracteriza o IFA.

Tipos de IFA

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1. Tipo CAM ou CAME

O impacto femoroacetabular do tipo CAM ou CAME recebe esse nome por causa de um defeito na região de transição entre a cabeça e o colo do fêmur. Isso gera um contorno ósseo mais arqueado ou curvado causando um aumento de volume ósseo como se fosse uma espécie de lombada.

Como consequência, pode ocorrer a perda do formato esférico da cabeça do fêmur em relação ao acetábulo por causa do contato com o acetábulo. A cabeça do fêmur faz uma espécie de raspagem na borda do acetábulo causando desgaste e lesão do labrum (cartilagem que fica na periferia do acetábulo do quadril que protege e auxilia na lubrificação do quadril) ou também artrose precoce da articulação do quadril.

Esse maior IFA ocorre quando o individuo realiza movimentos de flexão e rotação interna ao, por exemplo, fazer movimentos de agachar ou de entrar e sair de um carro gerando dor.

Esse tipo de impacto femoroacetabular é mais comum em homens, principalmente em atletas jovens.

 

 

2. Tipo PINCER

O impacto femoroacetabular do tipo PINCER é assim chamado porque caracteriza uma situação onde ocorre o contato do acetábulo, que apresenta uma proeminência óssea que fica nas bordas superior e anterior do acetábulo, com a cabeça normal do fêmur.

Nessa situação, o labrum pode ficar comprimido entre o acetábulo e o fêmur ocasionando lesões como achatamento, escoriações, degenerações, calcificação e até formação de cistos, que caracteriza uma lesão degenerativa. Também pode ocasionar artrose precoce assim como no tipo CAM.

Assim como no tipo CAM, o IFA do tipo PINCER também piora com movimentos de rotação do quadril causando até limitação dos movimentos. Esse tipo de IFA é mais predominante em jovens do sexo feminino.

 

 

3. Tipo MISTO

O impacto femoroacetabular do tipo misto é a combinação do CAM e PINCER. Esse tipo é o mais comum já que essas alterações dificilmente acontecem de formas isoladas sendo predominante em mais de 80% dos casos de IFA.

É importante destacar que a atividade física na fase adulta não é causa do IFA.

Causas

Acredita-se que o impacto femoroacetabular seja originado ainda na infância em situações onde há má formação dos ossos do quadril. O que pode ocorrer é uma possível alteração na placa de crescimento do quadril que ainda está se desenvolvendo gerando um formato anormal. Nessa situação de má formação óssea, infelizmente não se pode evitar o surgimento dessa condição.

Outra causa para o desenvolvimento do IFA podem ser doenças que surgem no quadril ainda na infância ou na adolescência. Alguns exemplos são a epifisiólise e legg calvé perthes. Essas doenças podem não causar sintomas, por isso, geralmente são descobertas na fase adulta.

É importante destacar que a atividade física na fase adulta não é causa do IFA. Porém, alguns estudos têm apontado que adolescentes que apresentam alto nível esportivo e os esportistas que realizam grandes amplitudes dos movimentos ou movimentos excessivos, apresentam maiores riscos de desenvolverem deformidades do quadril, sendo que esta estrutura óssea ainda está em desenvolvimento.

O impacto femoroacetabular pode se desenvolver nessa situação porque esses movimentos de grande amplitude ou movimentos excessivos podem provocar grandes impactos entre os ossos do quadril que levam à deformação dessas estruturas ósseas nas regiões onde sofrem o impacto, ou seja, o acetábulo e o colo do fêmur.

Outra causa para o IFA, nos casos dos tipos CAM ou PINCER, pode acontecer após situações de fraturas do acetábulo e do colo do fêmur que, durante a fase de recuperação óssea, gera deformidade nessas estruturas.

Sinais e sintomas

dor no quadril

Um dos principais sintomas relacionados com o impacto femoroacetabular é a dor que pode ser gradual ou aparecer em episódios agudos.

Essa dor pode surgir logo no início do problema.

A dor se torna maior quando se fica muito tempo em alguma posição mais específica que afete diretamente o quadril; durante rotações do quadril (principalmente as rotações internas); durante agachamentos; na realização de movimentos de flexão e adução; durante a realização de atividade física ou durante a prática esportiva onde há alguns movimentos mais intensos e repetitivos.

Além do quadril, a dor pode surgir em outras regiões como, por exemplo, na região pubiana, na sacro-ilíaca e na região lombar por causa de possíveis alterações nas articulações dessas regiões que podem surgir em virtude da alteração mecânica do quadril.

Um dos sinais presentes no impacto femoroacetabular é o movimento do quadril reduzido e um tipo de estalo quando o quadril realiza determinados tipos de movimentos.

Portanto, alguns dos principais sinais e sintomas presentes no IFA são:

  • Dor do tipo desconforto
  • Dores no quadril em várias situações (rotação do quadril, realização de alguns movimentos, na prática de atividade física, etc.)
  • Dor nas regiões pubiana e final da coluna (lombar e sacro)
  • Dor na musculatura
  • Dor que pode irradiar para a coxa
  • Tendinite e bursite
  • Dificuldade para sentar ou levantar
  • Dificuldade para agachar
  • Dificuldade para abrir as pernas
  • Dificuldade para realizar algum movimento após um tempo parado
  • Movimentação reduzida do quadril
  • Estalos no quadril
  • Rigidez da articulação do quadril
  • Limitação ou incapacidade física em casos mais graves

 

Destacamos que a dor ou qualquer outra manifestação clínica pode não surgir em casos de CAM ou PINCER, inclusive nas pessoas que praticam atividade física ou esportes de alto nível.

Nas situações onde o portador de IFA sente dor e também apresenta alguma limitação funcional, essa condição é caracterizada como síndrome do impacto femoroacetabular (SIFA).

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Progressão da doença

Boa parte das pessoas portadoras de impacto femoroacetabular convive normalmente com essa alteração do quadril, inclusive sem manifestações clínicas como a dor. Porém, quando sintomas surgem, como dor ou desconforto, significa que há danos na cartilagem ou no labrum com a presença de processos inflamatórios.

Essa situação indica progressão dos danos na articulação do quadril e precisa ser tratada.

Diagnóstico

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O diagnóstico para o IFA pode ser feito através dos seguintes exames.

 

1. Exame clínico

O exame clínico é a primeira parte do diagnóstico. Nele é verificado o estado de saúde geral, a presença ou não dos sintomas característicos e é realizado um exame físico.

No exame físico, alguns testes, como o teste de impacto, podem ser realizados para verificar se há sintomas, limitação dos movimentos do quadril ou alterações em outras articulações. Os testes, portanto, provocam impacto e atrito entre as estruturas afetadas (fêmur e acetábulo), verifica a amplitude dos movimentos do quadril e testa a força dos músculos envolvidos.

Para realizar o teste, o médico eleva o joelho do paciente até a direção do seu peito e rotaciona para dentro em direção ao ombro oposto. Se o resultado for a dor no quadril, isso caracteriza a presença do IFA.

Alguns pacientes podem ter resultados negativos nos testes mesmo sendo portadores dessa alteração no quadril. Nesses casos, mais testes são necessários.

Além disso, os portadores de impacto femoroacetabular assintomáticos podem apresentar dor na região do quadril, mas não necessariamente está ligada às alterações do quadril podendo ter outras causas. Daí a importância no exame físico para detectar a causa da dor nessa região.

 

2. Exames de imagem

Os exames de imagem são o segundo passo para o diagnóstico. São importantes para detectar alterações ósseas instaladas no acetábulo e no colo do fêmur, além de lesões no labrum.

Alguns exames de imagem realizados são:

a) Radiografias

A radiografia de diferentes posições como a radiografia da pelve (bacia) e da articulação coxo femoral podem ser solicitadas para identificar se o quadril possui formato normal ou característico do IFA e possíveis sinais de desgaste (artrose) ou outras anormalidades.

b) Tomografia Computadorizada

A tomografia computadorizada é um exame mais detalhado que a radiografia e, por isso, pode observar mais detalhadamente as estruturas ósseas identificando com mais exatidão anormalidades do quadril.

c) Ressonância Magnética

Esse exame verifica a presença de lesões nos tecidos moles como músculos, cartilagem e tendões. Ajuda a encontrar danos do labrum e da cartilagem articular.

Mesmo que esse exame seja bem detalhado, algumas lesões como no labrum podem não ser identificadas, principalmente no caso de lesões menores.

d) Artro-ressonância

É um tipo de ressonância magnética realizada após o uso de contraste no interior da articulação possivelmente afetada. É um exame mais eficiente comparado à ressonância normal, mas só é feito em casos mais específicos como na presença de possíveis lesões pequenas ou quando não é possível identificar a causa da dor do paciente a fim de evitar algum desconforto ou dor durante o exame ou risco de infecção.

Apesar de todos esses exames poderem ser realizados, nem sempre há necessidade de todos eles para se chegar a um diagnóstico.

 

3. Teste terapêutico anestésico

Nas situações onde não é possível ter certeza se os sintomas são oriundos da articulação do quadril, um teste anestésico pode ser realizado. Para isso, um medicamento anestésico é injetado no interior da articulação do quadril e se o medicamento aliviar a dor temporariamente, isso confirma que os sintomas têm origem na parte interna do quadril.

 

4. Movimento analisado por computador

É um exame que faz análises computadorizadas de tomografias quando o paciente está em movimento e é muito útil quando o IFA não está muito claro ou não é facilmente identificado.

Tratamento

O tratamento para o IFA pode ser feito tomando as seguintes medidas:

A primeira medida tomada para o tratamento do IFA é a mudança do estilo de vida.

1. Tratamento não cirúrgico

a) Mudança do estilo de vida

A primeira medida tomada para o tratamento do IFA é a mudança do estilo de vida. A mudança na rotina é fundamental para alívio dos sintomas evitando atividades que que causam principalmente dor. Porém, essa medida não é muito viável em atividades comuns do dia a dia ou em jovens, pelo fato de serem muito ativos.

b) Anti-inflamatórios

Os medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios podem ajudar no alívio da dor e na redução dos processos inflamatórios.

 

c) Fisioterapia

Alguns exercícios específicos podem ajudar a melhorar, mesmo que em menor proporção, a amplitude durante o movimento do quadril, além de fortalecer a musculatura dessa região. Porém, na presença de quadril com alteração do formato, esses exercícios são apenas uma solução temporária.

É preciso destacar que no impacto femoroacetabular não se pode forçar movimentos exagerados do quadril, pois isso pode causar ainda mais danos na articulação já que existe uma anormalidade óssea dessa região que impede a realização normal dos movimentos.

 

2. Tratamento cirúrgico

A cirurgia para tratar o impacto femoroacetabular é a vídeo artroscópica, onde é usada uma micro- câmera que possibilita ver o interior do quadril. Essa cirurgia pode reparar os danos da cartilagem e do labrum e também corrigir a borda do acetábulo e da cabeça do fêmur a fim de corrigir o IFA.

Nos casos mais graves, pode haver a necessidade da realização de cirurgia aberta para uma correção mais completa.

Portanto, o impacto femoroacetabular é uma condição que infelizmente não tem como ser prevenida. Quando diagnosticada, deve-se discutir o melhor tratamento para o paciente a fim de minimizar os sintomas e danos que podem afetar a articulação do quadril para que o paciente tenha uma vida que seja a mais saudável possível.

 

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AL. JAÚ 687 – JARDIM PAULISTA – SÃO PAULO – SP

Clínica de Dor, Fisiatria e Acupuntura Médica

Clínica médica especializada localizada na região dos Jardins, próximo à Av. Paulista, em São Paulo — SP.

Centro de Dor, com médicos especialistas pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Tratamento por Ondas de Choque, Infiltrações, Bloqueios anestésicos e Acupuntura Médica

Dor tem Tratamento – Centro de Dor e Acupuntura Médica em São Paulo – SP

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