CENTRO DE TRATAMENTO DE DOR: Dor, Acupuntura Médica, Ondas de Choque, Fisiatria e Fisioterapia.

Neuropatia de Fibras Finas

O sistema nervoso periférico contém fibras nervosas de diferentes tipos, incluindo fibras grossas mielinizadas do tipo Aα e Aβ que conduzem impulsos rápidos de toque e propriocepção, além de fibras finas amielínicas ou pouco mielinizadas do tipo Aδ e C que conduzem lentamente estímulos dolorosos e térmicos. As fibras grossas são envolvidas por células de Schwann que formam a bainha de mielina, permitindo condução saltatória rápida.

Já as fibras finas são envolvidas por uma única célula de Schwann. A mielina acelera a condução, porém dificulta a regeneração. As fibras finas regeneram com mais facilidade devido à menor mielinização. Os nervos autônomos contêm fibras finas longas, não mielinizadas, que são afetadas precocemente por doenças. As fibras pós-ganglionares simpáticas para glândulas sudoríparas e vasos sanguíneos nos membros são particularmente longas e suscetíveis a danos.

Já os nervos parassimpáticos para o trato gastrointestinal são predominantemente mielinizados, com fibras pós-ganglionares curtas. A neuropatia de fibra fina autonômica causa anormalidades na termorregulação, frequência cardíaca, pressão arterial, motilidade gastrointestinal, secreção e outros.

Duas categorias gerais de fibras nervosas periféricas:
  • Diâmetro grande
    • Mielinizadas
    • Função sensorial e motora

 

  • Diâmetro pequeno
    • Não mielinizadas ou finamente mielinizadas
    • Função sensorial apenas
    • Localizadas na camada superficial da pele, conhecida como epiderme, bem como nas glândulas sudoríparas da pele
    • Também envolvidas na inervação dos sistemas cardiovascular, geniturinário e gastrointestinal
anatomia nervo periferico

O que é uma polineuropatia de fibras finas?

Simpesmente significa o dano às fibras nervosas finas. Essas fibras têm muitas funções sensoriais, transmitindo sensações de dor, toque leve, temperatura e coceira. Pacientes com essa condição experimentarão dor generalizada, formigamento, agulhadas, choques elétricos, sensação de queimação na pele, entre outros.

Outra função importante das fibras finas é atuar como braço periférico do sistema nervoso autônomo, controlando produção de lágrimas, saliva, foco visual, função cardiovascular, digestiva, bexiga e glândulas sudoríparas. Disfunções nesse sistema causam uma síndrome chamada disautonomia.

 

Os sintomas geralmente são sensoriais e incluem dor, dormência ou outras sensações desconfortáveis, como formigamento.

  • “Dependente do comprimento”: começa nos membros distais, como os pés
  • “Não dependente do comprimento”: envolve diferentes locais no corpo, podendo ocorrer em uma distribuição multifocal e irregular.

Os sintomas de dor ou formigamento, ou outras sensações desconfortáveis são frequentemente mais comuns do que a dormência. (Muscle Nerve 1992)

  • Como as fibras nervosas de pequeno diâmetro não se conectam aos músculos, a fraqueza não será um sintoma neste tipo de neuropatia.
  • A neuropatia de pequenas fibras pode ser uma causa de cãibras musculares.
  • Em uma avaliação de 12 pacientes consecutivos com cãibras, mas sem queixas neuropáticas (dor, formigamento, etc.), 60% tinham neuropatia de pequenas fibras, conforme diagnosticado por biópsia de pele. (Muscle Nerve 2013)

A investigação deve ser ampla, uma vez que as causas potenciais são diversas, incluindo endocrinopatias, carências nutricionais, síndromes paraneoplásicas, infecções e doenças hereditárias. Entretanto, apesar de avaliação cuidadosa, estima-se que apenas 30 a 50% dos casos tenham uma causa identificável e potencialmente tratável.

Diagnóstico

O diagnóstico de neuropatia de fibra fina pode ser desafiador.

Os testes diagnósticos incluem:

  • Testes quantitativos sensoriais: avaliam limiares sensoriais como sensibilidade térmica e dolorosa através de equipamentos especiais. Permitem detectar anormalidades sutis na condução das fibras finas.
  • Biópsias de pele: obtém-se uma amostra da camada superficial da pele com 3 mm de diâmetro para quantificar a densidade das fibras nervosas epidérmicas através de análise histológica. Costuma mostrar redução significativa da densidade.
  • Teste do SudoScan: mede a função das glândulas sudoríparas innervadas pelas fibras finas através da condutância elétrica da pele. Alterado em mais de 70% dos pacientes.
  • Exames cardiovasculares: avaliam respostas autonômicas como manobra de Valsalva, testes de inclinação e reflexos cardiovasculares para detectar disautonomia.

O diagnóstico precoce é importante para iniciar tratamento, aliviar sintomas e investigar as causas subjacentes mesmo que muitos casos permaneçam sem etiologia definida.

O exame neurológico pode evidenciar hipoestesia, especialmente em membros inferiores. Exames como eletroneuromiografia não avaliam fibras finas. A biópsia de nervo (sural) é um procedimento cirúrgico complexo. A biópsia de pele consiste na retirada de fragmento de 3 mm para contagem das fibras.

Causas

A etiologia da neuropatia de fibra fina é variada. Foram descritas mutações nos canais de sódio dependentes de voltagem em subgrupos de pacientes na Europa, porém nos EUA esta prevalência parece ser baixa.

A pré-diabetes e intolerância à glicose estão relacionadas a anormalidades nas fibras finas antes do diabetes franco, com melhora após exercício, sugerindo um componente metabólico reversível. Doenças autoimunes como síndrome de Sjögren, lúpus e sarcoidose têm associação com neuropatia de fibra fina, porém o tratamento da doença de base não reverte necessariamente a neuropatia, evidenciando mecanismos não totalmente esclarecidos.

Outras causas incluem infecções como HIV, toxinas como quimioterápicos, deficiência de vitaminas do complexo B, consumo excessivo de álcool, amiloidose e paraproteinemias. Em cerca de 30% dos casos a etiologia permanece indeterminada.

Causas Potenciais

  • Diabetes/intolerância à glicose
  • Deficiência de vitamina B12
  • Consumo excessivo de álcool
  • Quimioterapia
  • Infecções (HIV)
  • Doenças autoimunes (ex: síndrome de Sjögren)
  • Causas hereditárias
  • Câncer (síndromes paraneoplásicas)

 

Tratamento

Atualmente não há tratamentos modificadores da doença curativos disponíveis.

O manejo sintomático envolve medicamentos para dor neuropática, como antidepressivos, anticonvulsivantes e opioides.

Imunoglobulina intravenosa (IVIG) e plasmaférese têm sido tentadas com resultados controversos. Programas regulares de exercícios parecem benéficos, porém podem exacerbar sintomas se excessivos. Educação do paciente e abordagem multidisciplinar são fundamentais.

Infelizmente, muitas causas permanecem obscuras e opções terapêuticas são limitadas. Pesquisas adicionais são necessárias para entender melhor a fisiopatologia e desenvolver tratamentos mais efetivos.

Conclusão

As neuropatias de fibra fina autonômica são relativamente comuns em pacientes com disautonomia. O diagnóstico pode ser difícil devido à baixa especificidade dos testes disponíveis.

Encontrar a etiologia nem sempre é possível. Não existem tratamentos comprovadamente efetivos até o momento. Abordagens multimodais personalizadas para controlar sintomas são recomendadas. Avanços na compreensão dos mecanismos fisiopatológicos por trás dessas neuropatias autonômicas poderão guiar novas terapias no futuro.

clinica dr hong jin pai al jau 687

AL. JAÚ 687 – JARDIM PAULISTA – SÃO PAULO – SP

Clínica de Dor, Fisiatria e Acupuntura Médica

Clínica médica especializada localizada na região dos Jardins, próximo à Av. Paulista, em São Paulo — SP.

Centro de Dor, com médicos especialistas pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Tratamento por Ondas de Choque, Infiltrações, Bloqueios anestésicos e Acupuntura Médica

Dor tem Tratamento – Centro de Dor e Acupuntura Médica em São Paulo – SP

TRATAMENTO DE DOR FISIOTERAPIA CLINICA HONG JIN PAI

Médicos Especialistas em Dor e Acupuntura do HC-FMUSP

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Dr. Marcus Yu Bin Pai

CRM-SP: 158074 / RQE: 65523 - 65524 | Médico especialista em Fisiatria e Acupuntura. Área de Atuação em Dor pela AMB. Doutorado em Ciências pela USP. Pesquisador e Colaborador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do HC-FMUSP. Diretor de Marketing do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP). Integrante da Câmara Técnica de Acupuntura do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Secretário do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Presidente do Comitê de Acupuntura da Sociedade Brasileira de Regeneração Tecidual (SBRET). Professor convidado do Curso de Pós-Graduação em Dor da Universidade de São Paulo (USP). Membro do Conselho Revisor - Medicina Física e Reabilitação da Journal of the Brazilian Medical Association (AMB).  

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