A cervicalgia (dor ou rigidez do pescoço) normalmente é o resultado do enfraquecimento dos músculos ao longo do tempo devido à má postura ou mau uso.
O pescoço (região cervical) tem como funções suportar e movimentar a cabeça, trata-se da parte inicial da coluna vertebral, a qual compõe a região cervical, composta por sete vértebras, que são as C1 a C7. A cervical inicia-se logo abaixo do crânio e termina no início da região torácica.
Entre todas as vértebras, exceto entre a C1 e a C2, existe uma estrutura chamada disco intervertebral, cuja função é absorver os impactos na coluna vertebral, por isso o tecido que o compõe é elástico, formado por fibras e cartilagem.
Os ossos, ligamentos e músculos cervicais apoiam a cabeça e permitem o movimento. Qualquer anormalidade, inflamação ou lesão pode causar dor, ou rigidez. Muitas pessoas apresentam ocasionalmente dores cervicais ou rigidez. Em muitos casos, isso ocorre devido à má postura ou uso excessivo.
O que é Cervicalgia?
O termo grego “algia” tem seu significado relacionado à dor, dessa forma, cervicalgia é considerada uma afecção caracterizada pela dor que incide no, ou seja, na cervical, principalmente na região da nuca.
Na maioria dos casos a dor cessa espontaneamente, ou seja, o episódio agudo de dor passa com o tempo, porém alguns casos podem se tornar crônicos, durando até mais de três meses.
Esta afecção é bastante comum atualmente, devido aos vários fatores presentes no estilo de vida contemporâneo, por isso atinge mais às pessoas na idade adulta, de ambos os sexos, embora os dados epidemiológicos apontem que acomete mais às mulheres do que aos homens, cujas porcentagens são de 43% para 30% respectivamente.
Geralmente, a cervicalgia afeta cerca de 50% das pessoas em todo o mundo.
Está entre as causas mais recorrentes de absenteísmo (faltas) do trabalho, já que é uma circunstância passageira, porém altamente incapacitante, podendo ser considerada uma doença relacionada ao trabalho de acordo com o caso.
Causas da cervicalgia
São diversas as possibilidades causais da cervicalgia, confira abaixo as mais recorrentes
Vale acrescentar, ainda, que alguns fatores de risco podem contribuir com a predisposição do indivíduo a desenvolver cervicalgia, entre estes fatores está o tabagismo, que contribui com o envelhecimento dos discos intervertebrais; a obesidade, que está relacionada à sobrecarga no sistema musculoesquelético; a idade também é um fator de risco no que tange a piora da postura e o envelhecimento dos discos intervertebrais, além disso, é comum que a pessoa idosa passe a permanecer mais tempo em casa e na cama, com sedentarismo e redução das tarefas.
Geralmente, a anatomia da coluna cervical permite bastante flexibilidade e movimento em circunstâncias normais. Isso, no entanto, também permite uma vulnerabilidade a várias forças físicas.
Frequentemente, sujeitamos nossa coluna cervical a posições incomuns enquanto sentamos, dirigimos e usamos o telefone ou o computador.
Esse alto nível de mobilidade também incentiva alterações degenerativas prematuras devido a abuso e uso excessivo. Certos problemas são pequenos e de vida curta, outros mais incapacitantes, persistentes e ameaçadores.
Quase todo mundo sofre de algum tipo de cervicalgia de vez em quando.
Má postura
Seja ela anatômica ou por maus hábitos, gera sobrecarga sobre os músculos cervicais. Tais hábitos incluem o uso de celular com a cabeça baixa, sentar-se de forma não ereta, posicionar a televisão ou computador muito acima ou muito abaixo do nível dos olhos, não praticar atividade física;
Posição inadequada para dormir
A região cervical permanece mal posicionada por tempo prolongado, com desequilíbrio da musculatura do trapézio e paravertebral profundo, que podem ficar sobrecarregados e gerar dor miofascial
Estresse
Fatores emocionais e psicossomáticos em geral estão muito associados à causa da cervicalgia, devido à tensão causada, por isso, é preciso identificar o fator estressante, como pressão no trabalho, luto, divórcio, problemas financeiros
Depressão
Este distúrbio psicológico pode ocasionar diversos episódios de cervicalgia, pois ocorre alteração em diversos níveis, além disso, a pessoa deprimida costuma permanecer muito tempo deitada, inativa e cabisbaixa
Bruxismo
Esta condição pode desencadear a cervicalgia devido à pressão que o bruxismo causa nos músculos adjacentes à mandíbula, ou seja, afeta a região cervical diretamente
Doença reumáticas
Artrose e osteoporose podem estar ligadas ao desenvolvimento de dores na cervical
Hérnia de disco
Degeneração no disco intervertebral, geralmente ocasionado com o envelhecimento desta estrutura e pode estar relacionado à cervicalgia, pois a alteração discal influencia na anatomia normal das vértebras, modificando a curvatura correta da cervical
Esforços repetitivos
serviços ou atividades que sobrecarreguem os músculos do pescoço são capazes de causar tensionamento na região cervical
Fator neurológico
Pode haver compressão de uma raiz nervosa, porém este fator e mais raro, sendo encontrado em cerca de 1% dos casos;
Falta de ergonomia no trabalho:
Ergonomia consiste na condição adequada de trabalho que promova conservação da saúde e da segurança do trabalhador, de forma que a estação de trabalho, a posição do computador, a cadeira e o modo de manipulação de objetos podem desencadear dores na cervical, bem como o estresse causado no ambiente de trabalho
Traumas
Acidentes, pancada ou queda que tenha afetado a cervical pode desencadear quadro crônico de cervicalgia.
Sintomas da cervicalgia
O paciente acometido com cervicalgia relata dor, rigidez, adormecimento da região afetada, dificuldade e limitação de movimento. O paciente também costuma adotar uma atitude de defesa da região acometida, ou seja, evitando movimentos e posições que intensifiquem a dor.
É importante no exame avaliar as características da dor, limitações e amplitude de movimento cervical, além de avaliar manobras deficitárias e causadoras da dor.
Além da anamnese e descrição da sintomatologia, podem ser solicitados exames de imagem, para afastar possíveis causas secundárias, como radiculopatias por hérnia de disco ou estenose cervical, além de possíveis fraturas, infecções ou tumorações
Tratamento da cervicalgia – medicamentoso (fase inicial)
Assim que o diagnóstico indicar a circunstância do quadro clínico, é possível direcionar o tratamento, pois as intervenções dependem da gravidade, da idade do paciente, se há fator neurológico e se há lesões mais graves.
No entanto, em todos os casos, o tratamento inicial da cervicalgia envolve o repouso relativo, o que não significa permanecer no leito, mas sim evitar esforço e uso da musculatura afetada.
Além disso, faz parte do tratamento conservador a reeducação fisiológica nos aspectos que forem necessários a cada caso, os quais envolvem a adoção de uma postura mais adequada, a aquisição de travesseiros e colchão mais anatômicos, atividade física de fortalecimento e alongamento, buscar ergonomia no ambiente de trabalho.
Ainda no tratamento conservador, a farmacologia auxilia no alívio da dor nos quadros agudos, verifique abaixo os principais medicamentos utilizados:
- Analgésicos: os mais comuns são os não opioides, como a dipirona e o paracetamol, ou os opioides, como tramadol e codeína. Há novas opções no mercado como opióides potentes em forma de adesivo, com liberação prolongada, como a buprenorfina, com maior tolerância em pacientes idosos.
- Anti-inflamatórios: o uso de anti-inflamatórios não hormonais, como o diclofenaco, ibuprofeno e nimesulida é de praxe para dores agudas. Devem ser utilizados por curto período, em casos de dor crônica agudizada ou dor aguda.
- Relaxantes musculares: muito utilizados no tratamento de patologias que afetam o sistema musculoesquelético, como a ciclobenzaprina;
- Anestésicos: em casos cuja dor é mais intensa e mais persistente, pode-se recomendar a injeção de lidocaína, um anestésico local. Porém, é possível encontrar esta substância e a xilocaína em pomadas ou géis, para uso tópico;
- Toxina botulínica: em casos recidivos, pode-se recorrer à injeção da toxina botulínica, com efeito analgésico prolongado, diminuindo contrações e episódios de dor. Vale enfatizar que esta intervenção é indicada para pacientes refratários ao tratamento convencional.
- Antidepressivos: podem ser indicados para os casos em que há o fator psicogênico, como depressão, ansiedade e estresse. Os mais utilizados são os tricíclicos, como amitriptilina, imipramina, clomipramina. Os antidepressivos duais também são opções interessantes para estes pacientes.
Tratamento para cervicalgia – fisioterapia e tratamentos complementares (fase de manutenção e reabilitação)
Outras terapêuticas podem ser inseridas no plano de tratamento da cervicalgia, como a acupuntura, a fisioterapia, massagens, uso de colar cervical.
Entenda cada uma delas:
-A acupuntura contribui com o alívio da dor, pois estimula ao nível intramuscular através das terminações nervosas presentes na pele, levando informação ao cérebro de que aquela região necessita de um efeito analgésico;
-A fisioterapia, por sua vez, auxilia no alongamento e recuperação da flexibilidade e funcionalidade dos músculos cervicais;
-As massagens auxiliam no alívio da dor, pois a manipulação pode melhorar a circulação sanguínea e promove relaxamento da sobrecarga;
-O colar cervical, por fim, tem como função imobilizar a região cervical, evitando que haja esforço, pois o mantém em sua posição anatômica. O exagero no uso para lesões musculares pode acabar tendo efeito refratário de enfraquecimento muscular.
AL. JAÚ 687 – JARDIM PAULISTA – SÃO PAULO – SP
Clínica de Dor, Fisiatria e Acupuntura Médica
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Tratamento por Ondas de Choque, Infiltrações, Bloqueios anestésicos e Acupuntura Médica
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Clínica Dr. Hong Jin Pai – Centro de Dor, Acupuntura Médica, Fisiatria e Reabilitação.
Al. Jaú 687 – São Paulo – SP
Atendimento de segunda a sábado.