É até a segunda década de vida que os ossos são desenvolvidos totalmente, este desenvolvimento diz respeito ao conteúdo mineral. São diversos os fatores que estão envolvidos com o desenvolvimento da massa óssea, a saber: atividade física, alimentação, fatores genéticos e fatores hormonais.
O tecido ósseo é composto por um conjunto de células, são células ósseas os osteócitos e os osteoblastos, os quais são associados a outras estruturas, como a matriz óssea, que consiste em um material encontrado no exterior das células ósseas e que tem como função proporcionar nutrição ao tecido ósseo, pois a matriz é rica em cálcio.
Assim como o cálcio, outros minerais são essenciais para o desenvolvimento adequado do tecido ósseo, como o fósforo, citrato, magnésio, potássio e sódio. Além dos minerais, também participam da composição nutritiva da massa óssea, as vitaminas e proteínas. É importante adiantar que a escassez ou o excesso de qualquer destes nutrientes podem interferir na saúde da massa óssea.
Dessa forma, o nível de minerais presentes em uma amostra de tecido ósseo proporciona um resultado chamado de Densidade Mineral Óssea (DMO), ou seja, quando a DMO está baixa, significa que a matriz óssea está pouco mineralizada.
Sabendo destas informações prévias, é possível compreender a respeito da denominada osteopenia, portanto, acompanhe o texto para saber do que se trata, quais suas causas, sintomas e tratamento
O que é Osteopenia?
A palavra osteopenia tem sua etimologia no grego, em que “osteo”, significa osso e “penia” significa falta. Assim, sugere-se que osteopenia está relacionada à falta de algo no osso e como vimos na introdução, esta falta consiste na baixa densidade de minerais, vale lembrá-los: cálcio, magnésio, sódio, potássio e citrato.
No entanto, esta escassez de minerais nos ossos não confere uma patologia, apenas uma condição de saúde considerada uma prévia da osteoporose, esta – por sua vez – consiste na fragilidade dos ossos levando-os ao risco de serem fraturados facilmente
A osteopenia afeta ambos os sexos, porém é mais incidente nas mulheres, principalmente nas que se encontram no período da menopausa ou após o mesmo, a etnia caucasiana também é mais afetada, assim como pessoas com estatura mais baixa. É também mais incidente em pessoas com mais de 50 anos de idade.
Causas da Osteopenia
Como vimos, a osteopenia é a diminuição dos minerais na massa óssea, dessa forma, sua causa está relacionada aos fatores que interferem na densidade mineral óssea. O primeiro fator é o envelhecimento, que naturalmente faz com que a absorção de minerais e vitaminas apresentem mais dificuldade.
Além da idade avançada como um fator desencadeante, há também outros fatores causais relacionados à diminuição da massa óssea, confira:
-Fator hormonal: este fator está relacionado à alteração hormonal que ocorre com a mulher durante e pós-menopausa, o que pode interferir na absorção de minerais; relaciona-se também com o desenvolvimento da massa óssea durante as duas primeiras décadas de vida, se os níveis hormonais tiverem interferido significativamente o desenvolvimento ósseo da pessoa, ela provavelmente se tornará suscetível à osteopenia; a alteração hormonal pode ser decorrente também de outras doenças ou condições;
-Fator nutricional: a aquisição de minerais, proteínas e vitaminas é principalmente através da alimentação, dessa forma, uma alimentação com baixos valores nutricionais desencadeia vários problemas de saúde, inclusive a osteopenia;
-Fator genético: este fator se relaciona à hereditariedade, ou seja, se alguém na família já apresentou um quadro de osteopenia ou osteoporose; relaciona-se também à predisposição no nível genético, ou seja, se o paciente possui geneticamente a dificuldade em absorver minerais;
–Sedentarismo: este é outro fator muito ligado à perda de massa corpórea, ou seja, não realizar atividade física faz com que a pessoa perca massa muscular e massa óssea, é importante acrescentar que os músculos e os ossos têm seus funcionamentos muito integrados entre si, por isso, é essencial exercitar o corpo regularmente;
-Raios solares: a exposição ao sol é sempre muito evitada hoje em dia, devido aos riscos e danos que os raios solares oferecem, no entanto, é recomendada a exposição ao sol nos horários adequados, pois os raios oferecem Vitamina D, essencial à saúde dos ossos;
-Demais patologias: o histórico ou o acometimento por outra doença é um fator predisponente no desenvolvimento da osteopenia, a saber: doenças reumatológicas, doenças na tireoide, doenças hepáticas ou renais, etc;
–Hábitos inadequados: diversos comportamentos não saudáveis podem contribuir na diminuição do nível mineral nos ossos, isto é, fumar, beber em excesso e ingerir cafeína em excesso são hábitos que atrapalham a absorção dos minerais nas células.
Sintomas da osteopenia
Infelizmente a osteopenia é uma condição assintomática, de forma que apenas quando há ao agravamento para a osteoporose o paciente começa a perceber alterações.
Dessa forma, para que o paciente fique atento à possibilidade de desenvolver osteopenia, recomenda-se que sejam realizados exames regulares quando os fatores de risco mencionados anteriormente estiverem presentes na vida do paciente, isto é, é preciso considerar os seguintes aspectos:
–Idade: quando a pessoa atingir a quinta década de vida;
–Alimentação: se o paciente ingere muito café e poucos alimentos ricos em minerais;
–Sedentarismo: se o paciente percebe fraqueza muscular e está há muito tempo sem praticar nenhuma atividade física;
Estes são os principais fatores que devem ser observados e considerados substituindo os sintomas, pois a partir deles é possível tomar a decisão de realizar exames para prevenir e assim, não esperar que os sintomas da osteoporose apareçam para que haja a procura de ajuda.
Diagnóstico da Osteopenia
O exame realizado para detectar a osteopenia é denominado densitometria óssea, que consiste na mensuração do nível de minerais através de exposição à baia radiação, este exame mede a quantidade de mineral por centímetro quadrado. O diagnóstico de osteopenia é dado quando a densidade mineral óssea aponta o resultado de aproximadamente entre -1% e -2,4%. Além da densitometria óssea, pode ser solicitado também exame de sangue.
Tratamento da Osteopenia
Quanto antes o diagnóstico for realizado, mais eficaz o tratamento será. O tratamento da osteopenia inicia com a reversão dos hábitos inadequados, ou seja, a alimentação deve ser melhorada, a atividade física deve ser adotada e o hábito de beber e fumar devem ser tratados.
Para que a alimentação seja revista, é preciso o acompanhamento profissional com um nutricionista ou nutrólogo, que irá elaborar uma dieta que ofereça a reposição dos minerais faltantes, de proteínas e vitaminas, bem como dos nutrientes que auxiliam na absorção dos mesmos.
Vale adiantar que os alimentos ricos em cálcio são as folhas verdes escuras, como brócolis, espinafre e couve, produtos lácteos sem aditivos, como leite, iogurte, queijo; os alimentos ricos em magnésio são maça, nozes, feijões, cereais, soja; em potássio são banana, tomate, batata, limão, ervilha; em fósforo são castanhas de caju e do pará, semente de abóbora, amendoim, etc.
Para a adoção da atividade física regular, por sua vez, também será necessário o acompanhamento profissional, para que a atividade não ofereça riscos, já que os ossos estão mais frágeis. O impacto da atividade física não deve ser totalmente evitado, é preciso que haja certo impacto para estimular a reabsorção dos minerais, porém o mesmo não deve ser exacerbado para que não haja lesões ou fraturas. São recomendadas atividades como caminhadas, dança, natação, pilates, etc.
Tomar sol também é um hábito a ser adotado, como já foi mencionado, esta prática estimula a produção de vitamina D, fundamental às células ósseas. Basta que a exposição seja durante 10 a 20 minutos diários, os horários indicados são o período da manhã, antes das 10 horas, ou no final da tarde, a partir das 17 horas.
O café deve ser evitado, assim como outras bebidas ricas em cafeína, pois ela impede a absorção do cálcio. Também devem ser evitados o álcool e o cigarro. O álcool atrapalha a absorção mineral e atrapalha o transporte de nutrientes às células ósseas. Fumar faz com que haja diminuição de oxigênio no sangue e com que os hormônios sejam desestabilizados, o que contribui com a diminuição da densidade mineral óssea.
Assim, o tratamento inicial consiste na recuperação do tecido ósseo através das mudanças dos hábitos supracitados. Além disso, faz parte do tratamento da osetopenia, a administração de alguns medicamentos, como suplementos que corrigem o déficit de cálcio e de vitamina D, bem como o uso de biofosfanatos, que auxiliam na preservação da DMO, ou ainda, medicamentos de reposição hormonal.
Conclusão
Em síntese, a osteopenia não é considerada uma patologia, apenas uma condição prévia à patologia, ou seja, à osteoporose. Assim, a osteopenia não possui sintomas, de forma que seja necessário um estilo de vida adequado para prevenir a osteoporose, principalmente a partir da quinta década de vida,
O estilo de vida adequado inclui alimentação rica em minerais, não somente cálcio, pois a maioria das pessoas relaciona a saúde dos ossos com o cálcio, porém vimos que outros minerais e nutrientes também são essenciais no desenvolvimento e na reposição da massa óssea.
Além disso, evitar consumo de álcool, cafeína e cigarro e adotar o hábito de tomar sol nos horários adequados e realizar exercício físico regularmente também é essencial na prevenção e no tratamento da osteopenia.