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Psoríase

A psoríase é uma doença de pele não contagiosa, causada por uma questão autoimune e mediada por diversos genes.

Ela é bastante comum na população, tendo seu pico de acometimento entre 30 e 50 anos, ainda que possa ser observada em pessoas mais jovens.

Além disso, não existe preferência de sexo e, normalmente, ela acomete lugares como couro cabeludo, cotovelos e joelhos com placas vermelhas que descamam. Entretanto, é importante salientar que os lugares que podem ser acometidos por essa doença são diversos.

Ademais, o curso da patologia é crônico podendo haver período de remissão e aparecimento de acordo com o tratamento instituído.

1. Quais são os tipos de psoríase existentes?

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Ao contrário do que várias pessoas pensam, não existe apenas uma forma em que a psoríase aparece, e dependendo de como ela se apresenta, pode ser divida em diversos tipos.

Psoríase Vulgar

Esse tipo de psoríase é conhecido por ser a forma mais comum que a doença se apresenta, assim, é caracterizada por placas dos mais diversos tamanhos, que possuem a sua borda bem delimitada e são vermelhas.

Além disso, essas lesões produzem escamas esbranquiçadas ou prateadas, e os locais mais acometidos por ela são: couro cabeludo, joelhos e cotovelos.

Ainda que seja de fácil diagnóstico, ela pode gerar quadros graves onde pode haver até rachaduras em locais de articulação.

Psoríase Invertida

Nesse tipo de psoríase é comum que sejam atingidos locais de dobra no corpo, que são regiões de umidade. Sendo assim, lugares como embaixo dos seios, axilas e virilhas são comumente afetados.

Aqui, as lesões ganham um aspecto avermelhado e inflamado, e ainda que tenham conformação semelhante a da psoríase vulgar, não apresentam escamas, pois o excesso de umidade das partes acometidas não permite a sua formação.

Psoríase Gutata

Como o próprio nome indica, a psoríase do tipo gutata forma lesões em forma de gota, as quais são avermelhadas e possuem uma fina escama.

Nesse caso, é comum que pessoas jovens sejam atingidas (crianças e aqueles com menos de 30 anos) as quais tiveram alguma infecção recente.

Não existe um local específico que ela acometa, por isso, pode surgir em braços, pernas, tronco e couro cabeludo.

Psoríase Pustulosa

Esse tipo de psoríase é menos comum e é caracterizada pela presença de bolhas na pele.

Além disso, pode ser observada a presença de manchas vermelhas e pústulas. Assim, pode ocorrer formação de pus nas lesões.

De modo geral, primeiro aparece a vermelhidão na pele e depois existe a formação de bolhas, que costumam desaparecer em torno de dois dias.

Psoríase Ungeal

A psoríase ungeal é o tipo de psoríase que acomete as unhas, ela faz com que as unhas não cresçam de maneira normal.

Desse modo, as unhas acometidas têm mudanças da coloração, ficam grossas e com descamação. Em casos mais graves pode ser até que a unha se despregue do leito ungeal.

Psoríase do Couro Cabeludo

Esse tipo de psoríase pode ser confundido com a caspa, pois o paciente apresentará áreas avermelhadas com descamação da pele, principalmente após coçar.

As escamas podem ser esbranquiçadas e costumam cair em roupas ou ficarem presas nos cabelos.

Psoríase Palmoplantar

As lesões aqui podem ser semelhantes as anteriores, mas são normalmente caracterizadas por se apresentarem como fissuras tanto nas palmas das mãos como na sola dos pés.

Psoríase Eritrodérmica

A psoríase eritrodérmica é rara, porém é uma condição bastante grave que necessita de tratamento imediato.

Aqui, o corpo todo é acometido (ou pelo menos 75% dele) com manchas avermelhadas que podem coçar ou arder, além disso, a repercussão é sistêmica, por essa razão, pode levar a vários outros sintomas dentre eles febre.

As causas que podem levar a essa condição vão desde o manejo incorreto de outras psoríases, a infecções, queimaduras e uso incorreto de corticoides.

Psoríase Artropática

A psoríse artropática ou artrite psoriásica (como também é conhecida) pode estar associada a qualquer tipo de psoríase e, além das lesões características da psoríase, também causa dor nas articulações.

Sendo assim, pessoas com esse tipo de acometimento podem, até mesmo, apresentar deformidades nas articulações acometidas.

Não se sabe ao certo o porquê ocorre o aparecimento da psoríase, até o momento.

2. O que causa a psoríase?

Não se sabe ao certo o porquê ocorre o aparecimento da psoríase, até o momento, o que se conhece é que as células T do sistema imunológico (responsáveis por reconhecer corpos estranhos) geram uma resposta imune contra o próprio tecido da pele.

Desse modo, ocorre a inflamação da pele, e consequente, a proliferação exagerada desse tecido (por conta da tentativa de reparação da pele).

Ademais, alguns fatores genéticos podem estar envolvidos, já que até 10% das pessoas podem ter o aparecimento da doença por causa de genes herdados.

Fora isso, os fatores ambientais também ganham destaque, pois já se sabe que certas situações predispõem o aparecimento da patologia, são elas:

  • Tabagismo;
  • Infecções recentes (principalmente garganta e pele);
  • Lesões na pele;
  • Estresse;
  • Alcoolismo;
  • Pessoas com AIDS;
  • Obesidade;
  • Variações no clima;
  • Alterações metabólicas.
  • Uso de alguns medicamentos (como antidepressivos, antimaláricos e anti-hipertensivos).

3. Como ocorre o diagnóstico da psoríase?

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O diagnóstico da psoríase é clínico e deve ser feito por um médico após um exame físico detalhado de todas as partes do corpo acometidas.

Além disso, ele deverá colher a história e observar se a pessoa acometida tem algum histórico familiar compatível com a doença.

No mais, se ainda restarem dúvidas pode ser solicitada uma biópsia para confirmar se as lesões de pele se tratam mesmo de psoríase.

4. Como é realizado o tratamento da psoríase?

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Como a psoríase é uma doença que não tem cura, existem dois motivos principais para a realização do tratamento:

  1. Melhorar o aspecto da pele;
  2. Reduzir a inflamação e a descamação do tecido epitelial.

Desse modo, existem três formas de tratamento disponíveis atualmente: tratamento tópico, tratamento sistêmico e a fototerapia.

Tratamento tópico

O tratamento tópico pode ser usado nos diversos tipos em que a doença se apresenta. 

Além disso, ele pode ser usado isoladamente em casos que são leves ou moderados, ainda que normalmente entre em conjunto com outras terapias.

Hidratantes

Seja qual for à fase da doença, e ela estando em remissão ou não, é necessário que o paciente realize a hidratação da pele.

Para isso, existem várias opções no mercado, dentre as quais podemos citar:

  • Vaselina;
  • Creme de úreia;
  • Lactato de amônia;
  • E ceramidas.

Sendo assim, é preciso saber escolher o creme mais adequado para a pessoa, devendo ser utilizado rotineiramente de preferência após o banho.

Pomadas corticoides

Os corticoides têm a capacidade de inibir a resposta exagerada do sistema imunológico e, por essa razão, são utilizados em diversas doenças dermatológicas.

Logo, o uso tópico desses fármacos está indicado a fim de amenizar a inflamação da pele.

Todavia, é importante ter em mente que o uso inadequado dos corticoides pode agravar o problema e até mesmo causar a psoríase eritrodérmica.

Análagos da vitamina D

A vitamina D é muito benéfica para auxiliar na regressão da psoríase, tanto é que a exposição ao sol é uma das recomendações para melhorar o problema.

Consequentemente, as pomadas que contém análagos da vitamina D em sua formulação são muito bem-vindas ao tratamento da psoríase.

Assim, pode ser recomendado o uso tópico de pomadas que contém calcitriol ou cacitopotriol em sua formulação.

Entretanto, é preciso tomar cuidado, pois não é recomendado o uso dessas substâncias no rosto por conta da fotossensibilidade.

Inibidores da calcineurina

Esse medicamento atua sobre o sistema imunológico e pode ser utilizado de maneira tópica.

Sua recomendação é a utilização, principalmente, em locais de face e regiões onde existem dobras (como cotovelos, axilas e seios).

Alcatrão

Essa sustância é obtida a partir do carvão, e já é usada há bastante tempo no tratamento da psoríase.

Desse modo, é possível encontra-la em diversas formulações (desde xampus a cremes), portanto, acaba sendo uma opção muito prática para o tratamento dessa patologia.

Já em relação à vantagem do alcatrão, podemos dizer que a principal é que ele não apresenta nenhum efeito colateral importante, por isso, geralmente é usado em combinação com corticoides e com a fototerapia.

Tratamento sistêmico

O tratamento sistêmico está indicado em combinação com outros tipos de intervenções, além de ser necessário em casos mais graves da doença.

Sendo assim, pode ser optado pelo uso de vários medicamentos os quais serão explanados a seguir:

Metrotexato

Esse tipo de droga está indicado apenas em casos mais graves da doença, devendo ser utilizada sobre supervisão médica, pois possui o risco de causar danos ao fígado.

Ela atuará no sistema imunológico a fim de reduzir a inflamação causada pelos ataques autoimunes do corpo, e pode demorar até três meses para surtir o efeito desejado.

Acicretina

A acicretina é derivada da vitamina A e, por essa razão, é um retinóide.  Assim como o metrotexato, ela é indicada no tratamento de casos mais graves de de psoríase.

Se utilizada de maneira correta (e sobre orientação médica), é possível observar melhora da pele em apenas um mês, porém o tratamento completo costuma durar em torno de meio ano.

Fototerapia

A exposição solar já é comprovadamente uma das melhores formas de amenizar a psoríase. 

Por essa razão, pessoas que apresentam a patologia devem ser estimuladas a tomarem banhos de sol curtos em alguns momentos do dia (preferencialmente no início da manhã ou final da tarde).

Porém, em alguns casos a pessoa também pode optar ir a clínicas dermatológicas onde ficará em câmaras e será exposta a raios do tipo UVA e UVB.

5. Como prevenir o aparecimento da psoríase?

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Não existe uma maneira conhecida de se prevenir a psoríase, porém, por ser uma doença de curso crônico, as pessoas que já sabem que têm a patologia podem tomar alguns cuidados a fim e evitar o seu aparecimento.

Hidratar a pele

A hidratação da pele, da mesma forma que atua como tratamento, também é uma prevenção para evitar o aparecimento da doença.

Devendo, nesse caso, o hidratante ser recomendado pelo médico e sem a presença de perfumes para evitar o aparecimento de alergia.

Tomar cuidados no banho

Na hora do banho também é preciso tomar alguns cuidados com a pele.

Logo, são recomendados banhos rápidos, de preferência com água morna, sem a presença de duchas e com sabonetes do tipo neutro.  Já na hora da secagem, é preciso ser delicado e usar toalhas macias. 

Usar roupas mais confortáveis

Aqueles que sofrem com a psoríase precisam optar por roupas mais leves e confortáveis, evitando aquelas que são muito justas ou não permitem a correta transpiração da pele, visto que isso pode ser um fator desencadeante para o aparecimento da doença.

Evitar fazer tatuagens ou colocar piercings

As pessoas que possuem psoríase sofrem de um fenômeno chamado Koebner, ou seja, locais em que se têm uma lesão são propícios a gerar a psoríase. Sendo assim o mais indicado é que se evite situações onde se pode lesionar a pele, como a realização de tatuagens e a colocação de piercings.

Ter cuidado redobrado na hora de fazer depilação

Pela mesma razão do tópico anterior, as pessoas que têm psoríase precisam tomar cuidado na hora de realizar depilação. Isso porque, dependendo a forma como realizam, podem causar lesões na pele que podem evoluir para psoríase.

  1. Conclusão

Com a finalização desse artigo você conheceu bem mais a respeito do que é psoríase e todos os principais aspectos que envolvem essa doença.

Para relembrar, os principais pontos que abordamos nesse post foram:

  • Qual é a definição de psoríase;
  • Quais são os tipos de psoríase com as principais manifestações de cada um;
  • Quais são as causas dessa doença e os principais fatores que predispõem o seu aparecimento;
  • Como se dá o diagnóstico da patologia;
  • Quais são as opções de tratamento na atualidade;
  • Como prevenir o seu aparecimento.

No mais, apenas relembramos que caso você suspeite que esteja apresentando uma lesão de psoríase, procure um médico para que ele realize o correto diagnóstico e tratamento.

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Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65.521 | Médica Dermatologista. Residência médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pós-graduação em Pesquisa Clínica - Principles and Practice of Clinical Research - Harvard Medical School. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Hospital Sírio Libanês. Fellow em Tricologia, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

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