A síndrome de Osgood-Schlatter é uma condição clínica caracterizada pelo surgimento de uma protuberância óssea na região logo abaixo da patela.
Esta anormalidade é acompanhada por dor intermitente por irritação da cartilagem de crescimento pela tração excessiva do tendão patelar, e exige certos cuidados para não comprometer o bem-estar do paciente.
O que é a Doença de Osgood-Schlatter?
A síndrome – ou doença – de Osgood-Schlatter é uma condição clínica que acomete principalmente crianças e adolescentes, entre 9 e 15 anos de idade, uma vez que o seu surgimento está relacionado com as fases de estirão de crescimento.
Por isto, faz parte de um grupo de patologias chamadas osteocondroses, as quais são ocasionadas por distúrbios nas placas de crescimento e que danificam principalmente as cartilagens da região acometida, levando ao surgimento de uma inflamação local.
Além disso, há a frequente associação entre a síndrome e indivíduos praticantes de esportes de alto impacto.
Em termos anatômicos, o que caracteriza essa patologia é o desenvolvimento de uma protuberância óssea na região inferior à patela, mais especificamente no tubérculo tibial, local em que ocorre a inserção do ligamento patelar.
Ela é desencadeada quando ocorre o tracionamento excessivo do tendão da patela, sobrecarregando tal estrutura. Na sequência, toda a região articular é comprometida promovendo um processo inflamatório que os ossos, os tendões, os ligamentos e outros elementos constituintes da área.
Diante da progressão do quadro, um dos resultados é a formação de osteófitos e do nódulo doloroso que é reconhecido visualmente ou através de palpação por meio de exame físico.
Salientamos que por causa do mecanismo específico do desenvolvimento da doença ela também recebe duas outras denominações que são: síndrome da tração do tubérculo tibial apofisária ou apofisite da tuberosidade tibial anterior.
Causas comuns
A causa principal para o surgimento da síndrome de Osgood-Schlatter em crianças e adolescentes é uma sobrecarga sobre as regiões do quadríceps e articulação do joelho, principalmente sobre o tendão patelar.
Usualmente, a sobrecarga decorre de um uso repetitivo e excessivo dos membros inferiores.
Isto ocorre, em geral, devido á prática de esportes de alto impacto como futebol, voleibol, ginástica artística, corrida de velocidade, basquetebol, tênis, entre outras atividades que exigem constantemente saltos e movimentos de arranque.
Porém, um importante fator para o aparecimento da condição clínica é a relação dessas práticas físicas em associação com os momentos de estirão de crescimento que acontecem com o paciente.
Destacamos que durante essa fase do desenvolvimento humano, a musculatura anterior da coxa ainda não possui força suficiente para suportar certas sobrecargas exigidas no treinamento esportivo e, ainda, é comum o encurtamento dos músculos posteriores da coxa.
Ambos os fatores indicados acima, portanto, favorecem a ocorrência da síndrome de Osgood-Schlatter, pois desencadeiam o tracionamento excessivo do ligamento patelar.
Mais uma questão relacionada à patologia é uma maior prevalência em meninos do que em meninas. Em geral, os meninos apresentam três vezes mais chances de desenvolver o quadro.
Porém, é necessário perceber que esta tendência tende a diminuir a medida que as meninas tornam-se mais ativas e esportistas. Afinal, o fator principal para o surgimento da síndrome é um excesso de sobrecarga sobre o tendão que liga a tíbia à patela.
Ressonância Magnética com lesão de Osgood-Schlatter
Diagnóstico
O diagnóstico da síndrome de Osgood Schlatter é realizado a partir do exame físico e da associação entre os sintomas relatados pelo paciente e os seus hábitos de atividades físicas.
Durante o exame físico, seu médico verificará o joelho do seu filho em busca de sensibilidade, inchaço, dor e vermelhidão.
Radiografias podem ser realizadas para examinar os ossos do joelho e da perna e examinar mais de perto a área onde o tendão da patela se liga à tíbia
No exame de raio-x, podem surgir:
- Ossículo superficial no tendão patelar
- Ossificação irregular da tuberosidade tibial proximal
- Calcificação no tendão patelar
- Espessamento do tendão patelar
- Edema de tecidos moles proximal à tuberosidade da tíbia
A ressonância magnética pode também ser utilizada no auxílio diagnóstico e avaliação de outras lesões no joelho.
Sintomas
Os dois sintomas que caracterizam essa doença são dor e edema na região localizada logo abaixo da patela, ou seja, no tubérculo da tíbia anterior.
Dor na região inferior à rótula, piorando com atividades
A dor é o sintoma mais característico, descrita como uma sensação nociceptiva localizada alguns centímetros abaixo da borda inferior da rótula. Geralmente irradia-se pela face ântero-medial do joelho. Exacerba-se tipicamente com a prática esportiva, especialmente gestos de impulsão como saltos e corridas. A dor pode se manifestar durante ou após as atividades. Em alguns casos, também ocorre com movimentos passivos de flexo-extensão contra resistência.
Inchaço e sensibilidade sobre a tuberosidade anterior da tíbia
Observa-se frequentemente um abaulamento doloroso à palpação sobre a tuberosidade tibial anterior, ponto de inserção do ligamento patelar. Essa protuberância óssea é resultado do estiramento crônico, calcificações e eventual formação de fragmento osteocondral secundários à tração excessiva.
Rigidez articular, especialmente após períodos de repouso
A rigidez e limitação dos movimentos de flexo-extensão do joelho são manifestações comuns, especialmente após períodos prolongados em repouso. Acapsulite retrátil pode estar presente em certos casos.
Claudicação ocasional e dor ao subir escadas
A dor e o desconforto durante a marcha e a subida de escadas estão entre os sintomas referidos. Isso ocorre por causa da tração repetitiva do tendão patelar em cada passo durante essas atividades.
Tratamento
Na maioria das situações em que o paciente é acometido pela síndrome de Osgood-Schlatter, o quadro tende a regredir espontaneamente. Porém, algumas medidas são indicadas pelo médico e ajudam no alívio da dor e na recuperação da força muscular e flexibilidade articular.
Para reduzir os sintomas dolorosos, é possível fazer uso de fármacos anti-inflamatórios e/ou analgésicos, assim como realizar compressas com gelo ou infiltrações locais com corticosteroides.
O repouso também é um importante elemento a ser considerado no processo de recuperação do paciente, uma vez que há uma tendência ao aumento da dor durante a prática de atividades físicas.
Tratamentos Farmacológicos e Não Farmacológicos
Quando a dor é um componente significativo que interfere nas atividades diárias do paciente, as intervenções podem incluir:
- Anti-inflamatórios Não Esteroides (AINEs): Medicamentos orais, como ibuprofeno e naproxeno, podem ser administrados para reduzir a dor e a inflamação.
- Injeções Locais de Anestésico: Em casos onde a dor é persistente e não responde a AINEs, injeções de anestésicos locais podem ser administradas diretamente na área dolorosa da tuberosidade tibial para alívio temporário da dor.
- Acupuntura: A acupuntura é uma técnica da medicina tradicional chinesa que envolve a inserção de agulhas finas em pontos específicos do corpo para aliviar a dor e promover a cura. Embora não seja uma modalidade convencional no tratamento da Osgood Schlatter, alguns fisioterapeutas podem utilizar a acupuntura como parte de um regime de tratamento integrativo para reduzir a dor e a inflamação no joelho.
- Terapia por Ondas de Choque: A terapia por ondas de choque é um procedimento não invasivo em que ondas sonoras são direcionadas para a área afetada para estimular a cura e aliviar a dor. Essa técnica foi utilizada com sucesso no tratamento de várias condições musculoesqueléticas e pode ser uma opção para pacientes com Osgood Schlatter que não respondem bem aos tratamentos mais convencionais. Acredita-se que a terapia por ondas de choque promove a regeneração dos tecidos e reduz a inflamação.
Intervenções Fisioterapêuticas
As técnicas fisioterapêuticas centram-se em melhorar a função, mobilidade e força muscular, e podem incluir:
- Alongamento: Exercícios específicos para alongar os músculos que influenciam a articulação do joelho, como os quadríceps e isquiotibiais, a fim de reduzir a tensão sobre a tuberosidade tibial e o tendão patelar.
- Fortalecimento: Exercícios para fortalecer os músculos ao redor do joelho e em toda a perna para proporcionar estabilidade e suporte melhorados.
- Modificação da Atividade e Descanso: Limitação ou modificação das atividades que agravam a condição, juntamente com períodos adequados de descanso, para permitir uma cura adequada.
Exercícios de Alongamento
Técnicas de alongamento são essenciais para reduzir a tensão nos músculos quadríceps e isquiotibiais. O alongamento pode ser passivo (realizado pelo fisioterapeuta) ou ativo (realizado pelo paciente). Alongamentos estáticos são realizados mantendo uma posição de leve tensão por 30 segundos. Isso ajuda a promover a flexibilidade muscular e diminuir a tração no tendão patelar.
Fortalecimento Muscular
Exercícios de fortalecimento são prescritos para os músculos do quadril e do joelho. Isso pode incluir agachamentos com controle de amplitude, leg press e elevação de perna estendida. Esses exercícios são feitos de forma controlada e isométrica inicialmente, progredindo para isotônica à medida que a tolerância ao exercício aumenta.
Terapia Manual
Técnicas de mobilização articular podem ser usadas para melhorar a amplitude de movimento do joelho. Massagem e técnicas de liberação miofascial também podem ser aplicadas para reduzir a tensão muscular.
Modalidades Físicas
Aplicações de gelo (crioterapia) ajudam a reduzir a inflamação e a dor. Ultrassom terapêutico e eletroterapia podem ser utilizados em alguns casos para promover a cicatrização de tecidos e diminuir a dor.
Educação do Paciente e Mudança de Hábitos
Orientações sobre carga de treinamento ou atividades diárias, prevenção de lesões e, se necessário, o uso de órteses para reduzir a tensão no joelho durante o movimento.
Treino Proprioceptivo
Exercícios que aumentam a estabilidade do joelho e melhoram o controle neuromuscular, como o balanço em uma perna ou exercícios em superfícies instáveis.
Alongamentos para Osgood-Schlatter
O objetivo dos exercícios é alongar adequadamente o músculo quadríceps para diminuir a tensão nos tendões e permitir que a área inflamada cicatrize. No entanto, se o joelho estiver muito inflamado e sensível, alongamentos muito agressivos podem piorar a dor, então é importante começar de forma gradual e respeitar os limites de dor de cada criança.
O melhor alongamento inicial é o da coxa em pé. Nessa posição, a criança deverá colocar os pés afastados na largura dos ombros, dobrar levemente o joelho de trás e inclinar o quadril para frente até sentir um alongamento suave na parte da frente da coxa. É importante não arquear as costas e manter a pélvis inclinada para frente para intensificar o alongamento. Deve-se manter essa posição por 30 segundos, repetindo 2-3 vezes para cada perna.
Quando a dor e inflamação diminuírem, pode-se progredia para o alongamento clássico agarrando o pé. Nessa posição, a criança deverá segurar o pé do lado alongado com a mão e puxá-lo para as nádegas enquanto mantém o quadril totalmente estendido e levemente inclinado para frente. Novamente, é essencial não arquear as costas para maximizar o alongamento da coxa. Deve-se manter a posição por 30 segundos, repetindo 2-3 vezes para cada lado.
Outra variação possível é o alongamento em pé segurando o pé. Nessa posição, a criança deve dobrar o joelho e puxar o calcanhar em direção às nádegas mantendo o quadril recuado. Essa opção pode ser mais confortável se o joelho estiver muito sensível para pressionar.
De modo geral, recomenda-se fazer os alongamentos 2-3 vezes por dia, especialmente antes e depois da atividade física. Dentro de 2 semanas, a flexibilidade da coxa geralmente melhora significativamente, embora possa levar 4 semanas para uma recuperação completa. É importante respeitar os limites individuais de cada paciente e aumentar gradualmente a intensidade dos alongamentos conforme a dor for diminuindo.
Monitoramento e Progressão
A fisioterapia para Síndrome de Osgood-Schlatter caracteriza-se por uma abordagem progressiva e adaptativa. Ao longo do tratamento, o fisioterapeuta irá:
- Monitorar a Resposta ao Tratamento: Ajustes serão feitos com base na resposta do paciente aos exercícios, incluindo nível de dor, flexibilidade e força.
- Progredir o Plano de Tratamento: À medida que a dor diminui e a força e flexibilidade melhoram, o fisioterapeuta aumentará gradualmente a intensidade dos exercícios e introduzirá novos desafios, como exercícios mais dinâmicos ou esportes específicos.
Reabilitação e Prevenção
O objetivo a longo prazo da fisioterapia na Síndrome de Osgood-Schlatter é permitir o retorno seguro do paciente às suas atividades habituais sem dor. Para isso, as estratégias de prevenção são cruciais e incluem:
- Instruções para Retorno Gradual ao Esporte: Diretrizes para retorno seguro incluem a reintrodução lenta da atividade, monitorização da carga de treinamento e acompanhamento de longo prazo para prevenção de recaídas.
- Programa de Prevenção de Lesões: Desenvolvimento de programa específico que inclui aquecimento, alongamento e fortalecimento para prevenir a reincidência dos sintomas de Síndrome de Osgood-Schlatter.
Raramente indicado.
Reservado para:
- Falha prolongada do tratamento conservador (> 6-12 meses)
- Fragmento osteocondral instável e sintomático
A ressecção do fragmento osteocondral, quando presente, pode acelerar a melhora clínica.
Prognóstico
O prognóstico é geralmente muito bom.
Em mais de 90% dos pacientes, ocorre remissão completa dos sintomas com o término do crescimento. O retorno às atividades esportivas é possibilitado após controle adequado das queixas álgicas e inflamatórias.
AL. JAÚ 687 – JARDIM PAULISTA – SÃO PAULO – SP
Clínica de Dor, Fisiatria e Acupuntura Médica
Clínica médica especializada localizada na região dos Jardins, próximo à Av. Paulista, em São Paulo — SP.
Centro de Dor, com médicos especialistas pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Tratamento por Ondas de Choque, Infiltrações, Bloqueios anestésicos e Acupuntura Médica
Dor tem Tratamento – Centro de Dor e Acupuntura Médica em São Paulo – SP
Médicos Especialistas em Dor e Acupuntura do HC-FMUSP
Os especialistas em medicina da dor são médicos especialmente treinados e qualificados para oferecer avaliação integrada e especializada e gerenciamento da dor usando seu conhecimento único e conjunto de habilidades no contexto de uma equipe multidisciplinar.
O tratamento da dor visa reduzir a dor, abordando o impacto emocional da dor, ajudando os pacientes a se moverem melhor e aumentando o bem-estar por meio de uma variedade de tratamentos, incluindo medicamentos, fisioterapia, acupuntura, ondas de choque e procedimentos minimamente intervencionistas.
Se você está vivendo com uma dor persistente há mais de 3 meses, provavelmente está sentindo dor crônica.
Nossos médicos especialistas em controle da dor em São Paulo trabalham em estreita colaboração com outros especialistas como parte de uma equipe multidisciplinar para fornecer uma abordagem holística e um resultado ideal para a dor crônica, seja qual for a causa.
As técnicas usadas no controle da dor dependerão da natureza e gravidade da dor, mas nossos especialistas em dor têm experiência para ajudar com a dor.
-
01.Tratamento conservador de dor
Acupuntura Médica, Ondas de Choque, Fisioterapia, Infiltrações, Bloqueios Anestésicos, Toxina Botulínica. -
02.Excelência em um só lugar
A avaliação e tratamento da dor é a especialidade de nossos Médicos especialistas em Dor. -
03.Tratamento individualizado
Plano de tratamento com medicamentos, terapias minimamente invasivas e fisioterapia.
Atendemos todos os Planos de Saúde pelo Reembolso.
O reembolso ou livre escolha é uma opção de atendimento a usuários de planos de saúde que não está vinculada à rede de prestadores contratados ou cujo procedimento específico não está contratado.
Não atendemos diretamente por convênio. Nosso foco é um atendimento especializado no paciente. Assim, separamos pelo menos 60-90 minutos para consulta, exame e avaliação do paciente.
O processo na maioria das vezes é digital (pelo Smartphone, tablet ou computador) é simples. O valor reembolsado corresponde a uma tabela de valores da própria operadora e pode cobrir todo o procedimento ou parte dele. Lembrando que a parte não reembolsada pode ser abatida no imposto de renda pessoa física (IRPF).
Clínica Dr. Hong Jin Pai – Centro de Dor, Acupuntura Médica, Fisiatria e Reabilitação.
Al. Jaú 687 – São Paulo – SP
Atendimento de segunda a sábado.