A tendinite de punho tem como principal causa movimentos repetitivos que levam à inflamação dos tendões dessa articulação.
Os tendões funcionam como uma espécie de corda que conecta o músculo ao osso, sendo eles os responsáveis pela movimentação. À medida que o músculo contrai, a estrutura é tensionada, puxando o osso com seu deslocamento.
Para que esse movimento se torne possível é necessário que o tendão deslize sobre a articulação. Quem torna isso possível é a bainha sinovial, que produz um líquido lubrificante que facilita o seu deslocamento.
A inflamação acomete todo esse sistema, causando dor, inchaço, vermelhidão, dificuldades de movimentação e fraqueza.
A tendinite no pulso é uma queixa bastante comum em consultórios ortopédicos. Muitos pacientes demonstram grande preocupação por ter ouvido falar que a doença é incurável. Além disso, não são raras as vezes que o quadro é confundido com outros distúrbios articulares.
Será mesmo que não há cura? Como diferenciar esse de outros problemas?
O que é tendinite no pulso?
A tendinite no pulso é um distúrbio articular caracterizado por uma inflamação dos tendões ao redor do punho, sendo considerada uma dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho mais comuns, por ser responsável pelo afastamento de milhares de pessoas de suas atividades.
O problema pode envolver dois ou mais tendões da região, afetando principalmente pontos de cruzamento e zonas de proeminência óssea. Na maioria das vezes o distúrbio se inicia devido ao frequente atrito, o que vem a causar irritação e, consequentemente, inflamação do tendão.
Tal processo inflamatório é uma reação de proteção do corpo, no caso da tendinite de pulso, contra possíveis lesões. Mediante irritação o corpo passa a levar mais nutrientes à região afetada, além de enviar uma alta concentração de células de defesa na tentativa de promover uma rápida recuperação. É este processo o responsável por todos os sintomas da doença.
Qual a diferença entre LER e tendinite?
Conforme falado anteriormente, a tendinite, seja no pulso ou em qualquer outra articulação, é um processo inflamatório. Suas causas são bem diversificadas, e vão desde lesões à doenças sistêmicas.
Podemos dizer que a LER, Lesão por Esforço Repetitivo, é um dos tipos de tendinite.
Como assim?
Quando a tendinite de pulso é provocada por uma atividade repetitiva, podemos chamá-la de LER.
Por causa dessa relação tão próxima, o tratamento para ambas as doenças é bastante similar. Falaremos mais sobre isso adiante.
Causas
O pulso é uma articulação muito requerida, tanto no ambiente de trabalho quanto na rotina diária. A utilizamos para escovar os dentes, pentear o cabelo, cozinhar, dirigir, escrever, digitar, pintar, pescar, costurar, e em mais uma série de atividades comuns que você facilmente consegue imaginar.
Por isso, o esforço repetitivo é a principal causa do distúrbio. Apesar desta ser a causa mais conhecida, outros fatores causadores merecem ser citados.
Esforço exagerado
Bem como é o caso do movimento repetido, o excesso de esforço também pode causar problemas. Carregar objetos muito pesados pode provocar tendinite no pulso. Um dos diagnósticos diferenciais mais comuns é a tenossinovite de Quervain, uma inflamação que ocorre na base do polegar.
Doenças imunológicas
Algumas doenças podem ter relação com a inflamação característica do quadro; dentre as mais comuns, é claro, estão as doenças imunológicas, que produzem inflamações espontâneas.
Doenças reumatológicas
Aqui estamos falando de problemas associados. Pessoas que sofrem de artrite (como a osteoartrite ou artrite reumatóide), por exemplo, podem acabar desenvolvendo desequilíbrios nos tendões, gerando dor e inflamação.
Lesões musculares
Sedentarismo ou overuse (sobrecarga) pode levar a lesões miofasciais, com cronificação da dor.
Lesões e traumas
Como vimos, o processo inflamatório tem como finalidade a recuperação do tecido lesionado, por isso quadros de tendinite são bastante comuns após lesões e traumas.
Infecções
É um diagnóstico raro, podendo ocorrer sinovite infecciosa (ou seja, inflamação com infecção da cápsula articular de ossos do punho). Pode evoluir com edema (inchaço) do local, associado a vermelhidão, limitação importante de movimento e dor aguda.
A tendinopatia no pulso é ou não é uma doença ocupacional?
Nem sempre a tendinite no pulso tem relação com o trabalho, apesar de esse ser presente em certos casos.
Sem o tratamento adequado o quadro tende a se agravar, tornando-se permanente.
À medida que vai se tornando mais sério, o problema passa a provocar limitações significativas, podendo ser necessário o afastamento do trabalho.
Sintomas
Os sintomas da tendinite no pulso são os clássicos sinais da inflamação somados a uma limitação da movimentação da articulação. A seguir falaremos sobre cada um deles.
Dor
Pacientes com tendinite de pulso se queixam de dor em toda a região do tendão afetado, o que na maioria das vezes tende a piorar com a movimentação. Em alguns casos o sintoma ainda irradia para o membro afetado.
Tal sintoma possui 3 características comuns:
- Dor localizada no punho;
- Piora do sintoma com o movimento da mão;
- Dificuldades para segurar objetos,
- etc.
Vermelhidão
A vermelhidão é um dos clássicos sinais da inflamação, portanto, um sintoma comum da tendinite. Geralmente a região do pulso do paciente aparece levemente avermelhada e um pouco mais quente que o restante do corpo. À medida que a cor se torna mais intensa, é possível que haja agravamento do quadro.
Calor
A palavra inflamação por si só deve nos remeter ao calor. Devido à resposta imunitária e ao fluxo sanguíneo aumentado na região, o problema tende a provocar aquecimento do tecido afetado.
Inchaço
O inchaço também é um sintoma comum há vários tipos de inflamações. No caso da tendinite ele pode surgir em diferentes níveis. Quanto maior o edema, maiores os danos estruturais provocados.
Movimentos limitados
Além da dor, esse é um dos primeiros sinais a serem notados. Pacientes com tendinite no pulso relatam dificuldades para mover as mãos e segurar objetos, dificultando o desempenho de suas tarefas diárias. A depender da gravidade do caso, ocorre ainda fraqueza muscular.
Diagnóstico da tendinite de pulso
Muitas vezes a tendinite no pulso se resolve com alguns dias de repouso. Contudo, caso o problema persista, o médico deverá ser procurado. A consulta é o momento para o paciente expor suas queixas e tirar todas as suas dúvidas.
Durante a anamnese o especialista fará algumas perguntas simples a respeito da dor e de quando ela começou, dos fatores de melhora e piora, sobre se há ou não edema e ainda questões a respeito da profissão, das práticas esportivas e dos hábitos do indivíduo.
Exame físico
Na maioria dos casos o exame físico é suficiente para identificar a tendinite no pulso.
Durante esta parte da consulta o médico irá avaliar os diversos sinais da inflamação, explicados no item sintomas. Além da observação, fará palpação e irá analisar os movimentos e a sensibilidade da região acometida, averiguando tendões, músculos, ossos e nervos.
Confirmando que o problema se restringe ao tendão, é atestado um caso de tendinite.
Quando os dados clínicos não forem suficientes para o diagnóstico, podem ser requeridos alguns exames complementares.
Exames complementares
Os testes laboratoriais são muito importantes para a realização do diagnóstico diferencial. Munido de dados detalhados do quadro, o médico será capaz de distinguir a tendinite de outras doenças articulares relacionadas.
Ultrassonografia
A ultrassonografia é um exame bastante utilizado nesses casos. O teste utiliza ondas de som para gerar uma imagem do pulso. O procedimento é muito utilizado por ser considerado simples e barato, além de possibilitar imagens dinâmicas do movimento dos tendões na região do punho, avaliando limitações e bloqueios de movimento.
Ressonância magnética
A ressonância magnética oferece imagens claras e detalhadas da região, com a vantagem de poder se visualizar outras anormalidades dos ossos ou cartilagens, que muitas vezes não são visíveis na ultrassonografia.
A tomografia computadorizada tem pouca utilidade prática no diagnóstico de dores no punho.
Tratamento de tendinite do pulso
Começaremos respondendo uma pergunta que gera bastante temor: tendinite no pulso tem cura?
Sim, em grande parte dos quadros é possível a remissão completa do quadro. Porém, para isso, é necessário um real compromisso com o tratamento. Precisa-se avaliar a causa da dor, se a dor é aguda ou crônica, e outros fatores perpetuantes.
As opções terapêuticas são bem variadas e dependem da causa e da gravidade do caso. Quando o problema tem relação com alguma outra doença, esta deve ser tratada em prol da melhoria da lesão.
De qualquer forma, seguem alguns dos tratamentos mais conhecidos para tendinite.
Repouso inicial
O repouso é o primeiro passo e esta é a recomendação para todos os pacientes, dos casos mais simples aos mais graves.
A inflamação é uma resposta do sistema imune à irritação em busca de recuperar uma zona lesionada. Sendo assim, enquanto continuar havendo atrito e dano ao tendão em questão, o processo permanecerá sendo estimulado.
Por isso o repouso é tão importante. Dê tempo ao corpo para promover os reparos necessários e resolver a situação.
A recomendação é de um descanso de 3 a 5 dias para a articulação afetada.
Crioterapia
A crioterapia nada mais é do que a aplicação de gelo na região – neste caso, no pulso. O gelo promove vasoconstrição, e graças a contração dos vasos sanguíneos o fluxo a região é reduzido, controlando a inflamação.
Cerca de 30 minutinhos já geram efeitos significativos. Lembre-se de colocar algo entre o gelo e a pele para assim evitar possíveis queimaduras.
Fisioterapia
Quando as alternativas anteriores não são capazes de resolver o problema, o médico indicará a fisioterapia. O tratamento fisioterápico contribui para a recuperação dos movimentos, além de prevenir o surgimento de músculos atrofiados.
A terapia consiste basicamente em técnicas de alongamento e fortalecimento, o que não só ajuda no trato da doença, como previne repetições do quadro.
O acompanhamento com o fisioterapeuta é essencial no controle da evolução do distúrbio, impedindo que o caso se torne crônico, o que frequentemente ocasiona o rompimento do tendão.
Medicamentos
Os analgésicos e anti-inflamatórios são os medicamentos mais usados no tratamento na fase inicial (fase aguda) da tendinite no pulso, pois ajudam a reduzir a inflamação e a controlar a dor.
O uso de qualquer medicação deve ser feito estritamente sob prescrição médica. Desde a escolha do fármaco, a dosagem e duração do tratamento devem ser direcionados pelo especialista.
A automedicação oferece riscos à saúde.
Infiltrações
Em casos raros, pode ser recomendado a infiltração com corticosteróides, conhecidos como corticóides. A longo prazo, evita-se o uso repetitivo, pois estudos mostram que pode facilitar rupturas de tendões por enfraquecer a estrutura de colágeno, ou até mesmo causar danos hepáticos.
Tratamento com ondas de choque
A terapia por ondas de choque é um tratamento não cirúrgico para alívio de dores como a tendinite no pulso. Ela envolve o uso de ondas de choque para as áreas musculoesqueléticas do corpo, além do pulso, pode ser usado no ombro, joelho, calcanhar, etc. O seu objetivo é reduzir a dor e cicatrizar os tecidos afetados.
O tratamento é feito com um aparelho que emite ondas acústicas com alta intensidade, ajudando a absorver a calcificação, a consolidar a melhora das faturas e o tratamento de dor crônica.
Cirurgia
Quando o caso é mais grave, geralmente quando a tendinite não recebe o tratamento adequado, é possível que haja rompimento completo ou parcial das fibras tendíneas.
Se o rompimento for apenas parcial, a imobilização pode se resolver. Contudo, em casos de lesões mais acentuadas, a cirurgia passa a ser a única opção viável.
O objetivo do procedimento seria reconectar as fibras rompidas, o que possibilitaria a recuperação da articulação acometida.
Além disso, o tratamento cirúrgico é indicado para casos onde há deposição de cristais de cálcio no tendão, a chamada tendinite calcária.
A cirurgia para o tendão rompido visa conectar as fibras ou raspar o cálcio depositado, possibilitando assim a recuperação.
Os métodos cirúrgicos são necessários quando o quadro de tendinite se agravou muito.
Na maioria das vezes o procedimento é bem simples e a recuperação gira em torno de duas semanas. Após a cirurgia, o paciente é encaminhado para a fisioterapia.
A tendinite no pulso é um problema bastante comum e uma das principais causas de afastamento do trabalho. A melhor forma de lidar com o distúrbio é preveni-lo.
Preparamos algumas dicas bem simples que certamente podem ajudar, como por exemplo:
- Mantenha uma alimentação saudável e balanceada;
- Pratique exercícios físicos e procure fortalecer todos os grupos musculares do corpo;
- Evite movimentos repetitivos, em caso de trabalho, não negligencie as pausas;
- Faça exames de rotina regularmente;
- Se possível, alongue-se algumas vezes durante o dia, em especial antes e após realizar atividades físicas;
- Fique atento as posturas do seu corpo;
- Evite sobrecarregar suas articulações;
- Evite carregar peso,
- Cuidado ao passar muito tempo no celular, o uso excessivo do polegar pode gerar inflamações.
Agora você já sabe o que é a tendinite, quais são os seus sintomas, suas opções de tratamento e, principalmente, como se cuidar e prevenir o distúrbio. Em caso de dor persistente, busque ajuda médica!
Perguntas frequentes
Como você sabe se você tem dor no pulso é tendinite?
A única forma de certificar se a dor no pulso é realmente tendinite é indo ao médico. Todavia, se você sente dor intensa nos braços o dia inteiro ou após esforço físico, vale a pena suspeitar do quadro e investigar.
Qual é a melhor opção para tendinite: gelo ou água quente?
Para casos de tendinite, a indicação é a aplicação de gelo no local da inflamação.
Qual teste detecta a inflamação do tendão?
A radiografia é o exame mais comum para a detecção da inflamação dos tendões. O ultrassom e a ecografia também podem ser usados.
Quanto tempo dura uma tendinite no pulso?
A tendinite no pulso pode durar dias, meses ou até mesmo mais tempo, dependendo da sua gravidade.
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